Joseph Blatter, presidente da Fifa: Blatter admitiu que a ação policial o deixou com medo, mas assegurou, porém, que não temia ser preso naquele momento (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 14h15.
Zurique - Afastado do comando da Fifa, Joseph Blatter declarou que se sentiu abandonado por Deus quando a polícia prendeu vários dos dirigentes da entidade em maio de 2015 por acusações de corrupção, às vésperas do último congresso da organização, em que ele foi reeleito.
As prisões, realizadas em um hotel de Zurique, e as investigações judiciais colocaram a Fifa na maior crise da sua história. Além disso, posteriormente, Blatter foi afastado da presidência da entidade, pois acabou sendo suspenso por oito anos pelo Comitê de Ética da Fifa.
"É um dia que gostaria de esquecer", disse Blatter, em entrevista ao diário esportivo francês L'Equipe, sobre 27 de maio, quando vários membros da Fifa foram detidos, incluindo José Maria Marin, então presidente da CBF.
"Naquele dia eu disse a mim mesmo: 'Até mesmo Deus me abandonou'. Quando algo assim cai sobre você, é terrível", acrescentou.
Apesar das prisões, Blatter foi reeleito dois dias depois. No entanto, ele logo anunciou planos de deixar o cargo, diante das investigações das Justiças da Suíça e dos Estados Unidos, também pressionado pelos patrocinadores da Fifa, abrindo caminho para a eleição de um novo presidente - a votação está marcada para a próxima sexta-feira.
Blatter admitiu que a ação policial o deixou com medo, mas assegurou, porém, que não temia ser preso naquele momento.
"Eu não sei por que viriam até mim, mas, sim, eu estava com medo, até mesmo fisicamente. De qualquer forma, este tipo de operação policial é feita para assustar as pessoas", afirmou.