Negócios

Black Friday: estas 5 empresas podem surpreender em 2020

Em ano de pandemia e distanciamento social, o destaque deve ficar com varejistas que não são "nativas digitais"

Centro de distribuição do Mercado Livre: surpresa na Black Friday (Divulgação/Divulgação)

Centro de distribuição do Mercado Livre: surpresa na Black Friday (Divulgação/Divulgação)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 27 de novembro de 2020 às 12h42.

Neste ano, a Black Friday brasileira deve retornar as suas origens: a data nasceu há oito anos no ambiente digital e, ao longo do tempo, foi expandindo para as lojas físicas. No entanto, diante das restrições da pandemia do novo coronavírus, os consumidores devem voltar a procurar promoções online e, neste cenário, algumas empresas podem se destacar ao oferecer a melhor solução para o cliente em tempos de confinamento.

"A cultura do online está cada vez mais forte no Brasil e, nesta Black Friday, as pessoas vão procurar promoções no e-commerce", avalia Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Não basta, entretanto, estar no ambiente online para ter um desempenho positivo no período. Segundo o especialista, uma estrutura altamente organizada de logística é primordial para o sucesso das operações.

Afinal, uma experiência ruim de compra pode piorar a reputação da empresa e reduzir o número de clientes fiéis.

Além disso, estratégias bem definidas para o ambiente online também devem ser cruciais para atrair o consumidor em um mar de opções.

Confira 5 empresas que podem surpreender em 2020:

C&A

De acordo com Lima, nesta Black Friday o varejo de vestuário deve ter bons resultados. "A C&A não tinha uma estratégia muito clara de venda online e veio aprimorando essa área."

Uma das tendências que a companhia vem apostando é o olhar para marcas nativas digitais. Para o verão, a C&A convidou seis grifes que estão despostando no ambiente online para produção de coleção de forma colaborativa.

Os produtos estarão em pré-venda no site da marca a partir de 30 de novembro para clientes cadastrados. No aplicativo e site, chegarão no dia 1º de dezembro e, no dia seguinte, em 57 lojas selecionadas.

"Estratégias claras nos aplicativos também serão um diferencial", destaca o analista da Exame Research.

Renner

Assim como a C&A, a rede de vestuário pode se dar bem nesta Black Friday, com o consumidor procurando mais opções de compras no ambiente online.

Embora tenha registrado prejuízo devido a lojas fechadas na pandemia, a Renner triplicou as vendas digitais no terceiro trimestre, que já são responsáveis por 16% do total.

Segundo a companhia, as lojas físicas estão cada vez mais conectadas ao mundo digital: mais de 20% das compras pela internet já são atendidas pelo estoque de uma loja física. Na retirada, 15% resultam em uma nova compra.

Arezzo

Antes da pandemia, cerca de 10% da venda total do grupo vinha do ambiente online. No acumulado até setembro, o faturamento do e-commerce superou em 70% a venda de todo o ano de 2019.

No terceiro trimestre, a compra com retirada nas lojas já estava disponível em 64% das unidades do grupo. No meio desse caminho, a Arezzo ainda lançou um marketplace, o ZZ Mall, com sete marcas próprias e outras 30 de terceiros.

"De todas as varejistas do setor de vestuário, a Arezzo é disparada a mais preparada, hoje, para atuar no ambiente online", diz Lima.

Mercado Livre

O Mercado Livre começou como um marketplace que vendia produtos usados, mas se tornou uma das mais bem-sucedidas empresas de comércio online, com uma ampla diversificação de portfólio. Grandes marcas passaram a ter lojas oficiais dentro da sua plataforma, o que amplia ainda mais o alcance da companhia.

Nos últimos anos, o Mercado Livre ampliou a malha logística nas estradas, entrega de última milha, diversos centros de distribuição e centenas de pontos físicos para depósito de produtos, além de uma frota de aviões próprios.

Embora as grandes varejistas tenham investido para criar sua malha própria, essa não é a realidade do varejo brasileiro como um todo: oito em cada dez lojistas no ambiente online de pequeno e médio porte dependem dos Correios como fonte principal para entregas. Isso confere grande vantagem competitiva ao Mercado Livre.

Nesta Black Friday, a companhia aposta em grandes promoções, de até 70%, para fisgar o consumidor e se tornar uma referência no período. A promessa também é de entrega expressa para algumas localidades.

Magazine Luiza

Mais uma vez o Magazine Luiza pode surpreender na Black Friday, com investimentos volumosos em ações para trazer clientes para dentro de suas plataformas, como um mega show transmitido pelo grupo Globo.

Somente durante a ação, que aconteceu nesta quinta-feira, 26, a chamada Black das Blacks trouxe mais de 40 ofertas exclusivas, disponíveis para o cliente só no aplicativo do Magalu.

As ações visam buscar uma integração dos seus canais de venda, chamando o cliente para o site e para o aplicativo da companhia, principalmente aqueles que não estão tão familiarizados com compras online.

Outra estratégia da empresa tem sido aquisições -- oito nos últimos meses -- para tornar o Magazine Luiza muito mais do que uma varejista. Um dos objetivos é oferecer um superaplicativo para ser acessado com frequência pelos consumidores.

"Magalu é uma candidata clássica a surpreender nesta Black Friday, possivelmente com um bom desempenho por toda a sua estratégia de vendas", diz Lima.

Tudo o que você precisa saber sobre a Black Friday:

Acompanhe tudo sobre:Black FridayC&AExame HojeMagazine LuizaMercado Livre

Mais de Negócios

4 lições de gestão da Sodiê Doces para chegar aos R$740 milhões

Expansão, inteligência artificial e desafios: pesquisa revela cenário do franchising no Brasil

Natura, Casa Bauducco e mais: conheça as 25 melhores franquias de 2024, segundo a Bittencourt

Ela faliu cinco negócios antes de começar sua rede de supermercados – agora fatura mais de US$ 8 mi