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"Eike é um sucesso", diz Roger Agnelli

Ex-presidente da Vale deixa diferenças de lado e elogia Eike em entrevista a jornal

Agnelli, ex-presidente da Vale: mineração, logística, biomassa e trading de alimentos fazem parte dos negócios da holding AGN (Germano Lüders/EXAME.com)

Agnelli, ex-presidente da Vale: mineração, logística, biomassa e trading de alimentos fazem parte dos negócios da holding AGN (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2012 às 10h37.

São Paulo - Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, passou longe das antigas rusgas com Eike Batista, e elogiou o bilionário. "Ele é um empresário de sucesso", afirmou, ao ser perguntado se Eike é um modelo para a AGN Participações, holding recém-criada por Agnelli.

O ex-presidente da Vale e agora empresário destacou a capacidade de Eike para atrair investidores para seus projetos. Observou que o bilionário já entrou na fase de execução dos mesmos, e disse que ainda é preciso tempo para que a estratégia se consolide. "Agora, chegar onde ele chegou não é para qualquer um", afirmou Agnelli

Elogios a Eike são comuns entre empresários. A edição especial Melhores e Maiores de EXAME ouviu 184 dirigentes das maiores empresas do Brasil, e descobriu que Eike é o empresário mais admirado pela maioria deles. Mas um aceno positivo de Agnelli não é trivial.

Basta lembrar que Eike e Agnelli já estiveram em rota de colisão, quando o bilionário tentou comprar uma fatia da mineradora então presidida por Agnelli. Em uma entrevista também ao Estadão, o bilionário chegou a afirmar que via "diamantes não polidos" na Vale, para destacar o potencial oculto que enxergava nela.

Em outra ocasião, já quando Agnelli havia deixado o comando da empresa, sob pressão do governo, Eike chegou a afirmar que o ex-executivo "só atrapalhava" e que se preocupava mais com o "seu umbigo" do que com parcerias e projetos para a mineradora.

Vida nova

Depois de passar 40 dias estudando bioenergia e energias renováveis no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Boston, Agnelli resolveu apostar no estudo genético da cana para a produção de biomassa - "e não açúcar e etanol, como todo mundo está fazendo", disse ao jornal. Segundo afirmou, o objetivo é produzir combustível e diesel para aviões com biomassa até 2020 e, para isso, estaria procurando áreas no Brasil e na África.


Agnelli também sustentou que a AGN quer fincar o pé em logística, mais especificamente em portos. "Estamos estudando se é possível construir portos ou terminais no Paraná, no Norte do país, perto de Santos (SP)", afirmou ao Estadão. "Estamos olhando também uma área num país africano, no Golfo da Guiné, para construir um porto que possa receber carga de diferentes países e distribuir no continente", completou. As concessões seriam recebidas nas próximas semanas. 

Outra investida da AGN seria uma trading especializada em alimentos e fertilizantes, em parceria com a Sertrading.

B&A

Na semana passada, a AGN se uniu ao banco de investimento BTG Pactual para lançar uma nova mineradora: a B&A Mineração, com plano de investimento de 1,04 bilhão de reais. Formalmente, a operação será iniciada em dois meses, com atuação no Brasil, América Latina e África.

A companhia já nasce com dois projetos para tocar, em parceria com a Rio Verde, que atua na área de fertilizantes no Brasil, e com a fabricante de cobre chilena Cuprum. Negócios na área de titânio também serão estudados.

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