Energia eólica: acordo prevê a entrega de 207 turbinas para 13 parques eólicos da Bioenergy no Maranhão (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2013 às 10h59.
São Paulo - A Bioenergy, que atua no segmento de energias renováveis, fechou contrato de 1,8 bilhão de reais para compra de 377 aerogeradores eólicos da General Electric, no segundo acordo de grande porte entre geradoras eólicas e fabricantes no Brasil neste ano.
O acordo prevê a entrega de 207 turbinas para 13 parques eólicos da Bioenergy no Maranhão, e outras 170 turbinas de reserva para empreendimentos que ainda vão vender energia.
O presidente da Bioenergy, Sérgio Marques, espera que esses 170 aerogeradores sejam usados em parques a serem viabilizados em 2013. Segundo ele, a empresa tem cerca de 400 megawatts (MW) de projetos com capacidade para participar do leilão de energia de reserva exclusivo para eólicas, agendado para agosto.
Os aerogeradores contratados com a GE tem 1,7 megawatt (MW) de potência instalada cada, com 80 metros de altura, e foram projetados para atender ao regime de ventos dos parques eólicos da Bioenergy no Maranhão.
"Esse equipamento foi desenvolvido e adequado para os ventos do Maranhão. O preço da energia eólica que apresentamos no último leilão, que muitos viram como agressivo, tem como base uma alta produtividade do site e adequabilidade dos equipamentos ao vento", disse o executivo.
No leilão citado, a Bioenergy vendeu energia eólica abaixo dos 90 reais por megawatt-hora, ante um preço-teto de 112 reais por MWh, num valor considerado inviável por diversos agentes do mercado, o que foi contestado pela Bioenergy.
A Bioenergy possui 804,4 MW em capacidade instalada de energia eólica negociada nos leilões já promovidos pelo governo.
Acordos
O acordo da Bioenergy com a GE é o segundo maior em volume de entregas no setor eólico neste ano, após a Renova Energia ter fechado em fevereiro um acordo de 1 bilhão de euros para receber 440 aerogeradores da Alstom.
Marques vê esses acordos maiores como uma tendência no setor eólico, após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter alterado regras, permitindo que fabricantes de aerogeradores credenciem seus equipamentos como financiáveis pelo banco.
A nova metodologia, aprovada em dezembro, estabelece o aumento gradativo do conteúdo local dos aerogeradores, com o cumprimento de metas que devem ser atendidas com uma periodicidade prevista.
"Como o número de fabricantes será menor, faz sentido fazer alianças de mais longo prazo", disse Marques. Ele lembra que os grandes volumes de contratação possibilitam aos fabricantes estabelecer maior produção no Brasil.
As maiores exigências do BNDES, além da alteração de regras para o leilão de reserva de agosto, que exige um aumento na produtividade dos parques -- de 50 para 90 por cento da garantia física declarada (P90)-- tendem a elevar os preços da energia nas próximas rodadas, segundo o executivo.
Segundo ele, os preços dos aerogeradores já tiveram um aumento de 10 a 15 por cento no mercado e a regra do P90 poderá impactar ainda mais nessa conta.