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Bill Gross já doou US$700 milhões, mas ele só está começando

O investidor entrou na lista dos maiores filantropos do mundo ao doar US$ 700 milhões, e ele acabará distribuindo o restante de sua fortuna bilionária


	Bill Gross: “o sucesso se tornou uma função do que podemos fazer com o resto do mundo, para ajudar os outros”
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Bill Gross: “o sucesso se tornou uma função do que podemos fazer com o resto do mundo, para ajudar os outros” (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 18h36.

Bill Gross entrou na lista dos maiores filantropos do mundo.

O investidor em bonds já doou cerca de US$ 700 milhões e vai acabar distribuindo o restante de sua fortuna de US$ 2 bilhões, um valor que é “assombroso, até mesmo para mim”, disse Gross, em uma entrevista à Bloomberg Television.

“Defino o sucesso agora de modo diferente do que há cinco ou dez anos”, disse Gross, durante a entrevista que foi gravada no dia 29 de abril em seu escritório, em Newport Beach, Califórnia.

“Nos primeiros anos, o sucesso tinha a ver com os negócios, com o crescimento dos ativos e, é claro, em relação à família, ele tinha a ver com o desempenho do seu filho ou filha no campo de futebol”.

Hoje, “o sucesso se tornou uma função do que podemos fazer com o resto do mundo, para ajudar os outros”.

Gross, 71, acumulou sua fortuna como um dos fundadores da Pacific Investment Management Co. e conquistou a fama de “rei dos bonds” ao gerar anos de retornos líderes do setor como gestor da Pimco Total Return Fund. Em 2013, quando os ativos da firma foram de quase US$ 2 trilhões, a Pimco pagou a ele um bônus de US$ 290 milhões.

No mesmo ano, o gestor de hedge fund Carl Icahn, em uma provocação pelo Twitter, desafiou Gross a fazer como os outros bilionários e doar grande parte de sua fortuna à caridade. Dois dias depois, Gross disse que ele e a esposa, Sue, doariam tudo.

Até agora, Gross não falou sobre o total já doado.

“Sue e eu tentamos não fazer alarde”, disse Gross. “Nós não somos do tipo de ir a espetáculos, festas e galas. Gostamos de trabalhar atrás dos bastidores, por assim dizer”.

Galeria de selos

Embora Gross faça doações com menos fanfarra do que outros bilionários, ele está longe de ser anônimo. Existe a Galeria de Selos William H. Gross, no Museu Postal Nacional, em Washington; o Centro de Pesquisa sobre Células-tronco Sue Bill Gross, na Universidade da Califórnia, Irvine e a passarela Sue and Bill Gross no Pavilhão de Ciências Avançadas de Saúde, no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles.

O casal, que mora em Laguna Beach, Califórnia, faz a maior parte das doações para uma fundação familiar que apoia principalmente as áreas de assistência e pesquisa médicas e educação. Eles também deram presentes pessoais para famílias carentes dos EUA.

Recentemente, Gross disse que se interessou pela GiveDirectly, uma organização que faz doações direcionadas por meio de pagamentos móveis a pessoas em situação de pobreza extrema na África.

“A maioria dos africanos tem celular, o que é surpreendente”, disse Gross na entrevista. “Então, se você pode fazer isso e dar US$ 25 ou US$ 50 a alguém em Uganda que, é óbvio, você não conhece, isso é quase tão bom quanto ter um desempenho superior no mercado”.

Menos tranquila

Atualmente, Gross não está acumulando riqueza como fazia antes; ele agora dirige um fundo de US$ 1,5 bilhão para a Janus Capital Group Inc., com base em Denver, que é minúsculo em comparação com o fundo de US$ 293 bilhões que ele administrava na Pimco.

Parte da fortuna do casal está investida nesse veículo, o Janus Global Unconstrained Bond Fund. Gross detalhou alguns de seus outros investimentos, feitos pessoalmente ou em nome da fundação. Eles incluem fundos fechados de obrigações municipais e ações da Procter Gamble Co. e da Johnson Johnson.

Gross disse que ele e Sue acham que não vão viver tempo suficiente para doar tudo e que seus três filhos terão que concluir essa tarefa.

Refletindo sobre a mortalidade em seu mais recente relatório mensal de perspectivas para a Janus, Gross escreveu: “A ‘responsabilidade’ pelo trabalho de uma vida fica maior à medida que envelhecemos e a ‘inquietação’ fica menos tranquila a cada ano”.

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