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Bilionário por trás da 'ressurreição' do mamute levanta US$ 200 milhões

Colossal Biosciences quer trazer de volta espécies extintas, como o mamute-lanoso e o dodô, com apoio de investidores bilionários

Ben Lamm: CEO da Colossal quer transformar a “ressurreição” de espécies extintas em um negócio multibilionário (Marcus Ingram/Getty Images)

Ben Lamm: CEO da Colossal quer transformar a “ressurreição” de espécies extintas em um negócio multibilionário (Marcus Ingram/Getty Images)

Publicado em 23 de julho de 2025 às 10h20.

A ideia parece saída de “Jurassic Park”, mas tem mobilizado investidores de peso e atraído atenção de governos. A Colossal Biosciences, startup fundada em 2021 para reviver espécies extintas como o mamute-lanoso, levantou recentemente US$ 200 milhões e passou a valer US$ 10,2 bilhões.

Com isso, o CEO e cofundador Ben Lamm tornou-se bilionário, com fortuna estimada em US$ 3,7 bilhões, segundo a Forbes.

Apesar da avaliação bilionária, a Colossal ainda não gera receita com seus projetos de recriar animais extintos. A aposta dos investidores está no potencial futuro da tecnologia desenvolvida pela empresa, que une engenharia genética, biologia computacional e inteligência artificial.

Empreendedor em série

Lamm, de 43 anos, é um empreendedor serial que já fundou cinco empresas adquiridas por grandes grupos. A Colossal nasceu após ele conhecer o trabalho do geneticista de Harvard George Church, pioneiro no sequenciamento genético do mamute desde 2008. Embora tenha idealizado o projeto, Church não detém participação acionária na empresa.

O objetivo da Colossal é criar um híbrido de mamute e elefante asiático, resistente ao frio, capaz de restaurar ecossistemas no Ártico e ajudar no combate às mudanças climáticas. A empresa também trabalha para ressuscitar o dodô e o tigre-da-Tasmânia, e espera criar um filhote de mamute até 2028.

Mais do que um experimento científico, o plano de Lamm é transformar o negócio em uma plataforma lucrativa, explorando contratos com governos interessados em restaurar a biodiversidade ou salvar espécies ameaçadas.

Segundo ele, a empresa está em negociações avançadas com dois países para desenvolver soluções genéticas sob medida.

A Colossal também vê oportunidade em mercados como créditos de biodiversidade, turismo ecológico e até fertilização in vitro, a partir do desenvolvimento de úteros artificiais. Já foram gerados genomas completos dos três animais-alvo, e a startup afirma ter realizado edições genéticas em mais de 20 pontos associados à adaptação ao frio no mamute.

Riscos éticos e ambientais

Críticos, no entanto, levantam preocupações éticas e ambientais sobre a liberação de organismos geneticamente modificados na natureza.

“Trazer de volta o mamute é um erro — é uma jogada para atrair investidores”, afirmou o professor Karl Flessa, da Universidade do Arizona.

A cientista-chefe da Colossal, Beth Shapiro, rebate: "Os habitats estão mudando mais rápido do que a evolução pode acompanhar. Precisamos explorar o que essas tecnologias podem fazer."

A empresa já captou US$ 435 milhões no total, com apoio de nomes como Breyer Capital, Draper Associates e TWG Global, dos bilionários Mark Walter e Thomas Tull.

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