Gautam Adani: segundo homem mais rico do mundo (Sanjeev Verma/Getty Images)
A seleta lista das personalidades mais ricas do mundo passou por mudanças nos últimos dias. A principal delas foi a ascensão de Gautam Adani, bilionário indiano que superou Jeff Bezos (ex-Amazon), tornando-se assim o segundo homem mais rico do mundo. À sua frente está apenas Elon Musk, cofundador da Tesla e dono de um patrimônio superior a US$ 246 bilhões.
Sem a visibilidade dos criadores de gigantes de tecnologia, como a própria Amazon, e dono de companhias com forte atuação na Ásia, Adani é uma figura pouco conhecida para muitos. Mas, afinal, quem é Gautam Adani?
Gautam Adani, 60, é um magnata indiano e líder do Adani Group, um conglomerado fundado por ele em 1988. Sob o controle do grupo estão densas linhas portuárias da Índia e outras malhas diversificadas de transporte, logística e desenvolvimento de infraestrutura da região.
Gautam Adani nasceu em Gurajat, na Índia, em 1962. De origem humilde, foi criado ao lado de oito irmãos e estava na linha de sucessão de negócios têxteis de seu pai, um comerciante local. Ao invés disso, decidiu estudar comércio na universidade.
Dois anos depois, porém, abandonou a faculdade para trabalhar ao lado do irmão como classificador de diamantes em Mumbai. Lá, ele começou sua fortuna ao decidir abrir sua primeira empresa, anos depois: a Adani Enterprises, de exportação de commodities.
Adani passou a usar dos lucros da companhia para colocar os pés em outras indústrias a partir de inúmeros financiamentos e empréstimos. Assim, começou no mercado portuário, ao ganhar uma disputa de privatização do Porto de Mundra, um dos principais da Índia, em 1991, informou o Financial Times.
Adani construiu um império de infraestrutura nas últimas décadas, e desde 2008 alcançou o status de bilionário. Atualmente, é mais rico que Warren Buffet, Bill Gates e Jeff Bezos, com um patrimônio de US$ 146,9 bilhões, segundo a Bloomberg.
Os investimentos do magnata vão desde minas de carvão a portos, aeroportos e usinas de energia — essas últimas numa tentativa mais recente de Adani em se tornar um produtor massivo de energias renováveis.
Todas as companhias fundadas por Adani são listadas em Bolsa, e o bilionário detém boa parte das ações de cada uma delas. Nas empresas Adani Enterprises, Adani Power e Adani Transmission, por exemplo, ele detém 75% de participação. Ele também possui mais da metade das ações da Adani Ports & Special Economic Zone e da Adani Green Energy e 37% das ações da Adani Total Gas.
Adani é, portanto, dono do maior porto comercial da Índia e também de uma das maiores minas de carvão do país. Para finalizar, ele é também dono de 75% do aeroporto de Mumbai, o principal do país.
Pouco antes de ter sua nova fortuna mensurada, o magnata se comprometeu a doar 8% de seu patrimônio líquido (algo como US$ 7,7 bilhões) para causas sociais, um movimento comum adotado por outros bilionários pelo mundo. O caso mais recente é, talvez, o de Yvon Chouinard, fundador da Patagonia, que decidiu doar toda a sua fortuna e a companhia avaliada em US$ 3 bilhões.
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Durante sua trajetória, Adani viveu dois episódios pouco usuais. O primeiro deles, em 1997, aconteceu quando Adani foi sequestrado por um grupo que exigia um resgate de US$ 1,5 milhão. Seu companheiro, Shantilal Patel, também foi sequestrado.
Um relatório afirma que os dois foram libertados após o pagamento de um resgate de US$ 2 milhões, mas seis homens foram absolvidos das acusações por falta de provas anos depois.
Em 2008, Adani escapou da morte durante um ataque terrorista em Mumbai. O magnata estava hospedado no Taj Mahal Hotel, quando militantes paquistaneses cercaram a cidade. Adani permaneceu escondido no porão do estabelecimento até o dia seguinte. Ao todo, 166 pessoas morreram.