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BHP busca 21.000 mulheres para atingir equilíbrio entre gêneros

A companhia não é “tão inclusiva ou diversa quanto poderia ser”, disse o CEO Andrew Mackenzie em comunicado

Mulheres: “Sem novas iniciativas levaria 30 anos para chegar só a 30% de representação feminina” (Thinkstock)

Mulheres: “Sem novas iniciativas levaria 30 anos para chegar só a 30% de representação feminina” (Thinkstock)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 22h16.

Cingapura/Melbourne - A BHP Billiton quer que as mulheres representem a metade de sua folha de pagamentos em 2025. A maior mineradora do mundo busca mudar o equilíbrio entre gêneros em um setor dominado pelos homens.

A companhia não é “tão inclusiva ou diversa quanto poderia ser”, disse o CEO Andrew Mackenzie em comunicado, na quinta-feira. A BHP conta com cerca de 65.000 trabalhadores, incluindo contratados, dos quais 18 por cento são mulheres.

Com base nesses números, sua meta significaria uma quantidade adicional de 21.000 mulheres empregadas até meados da próxima década, incluindo pessoal próprio e contratados, segundo cálculos da Bloomberg.

A indústria da mineração, de US$ 800 bilhões, é há tempos um negócio dominado pelos homens, no qual até recentemente em alguns países as mulheres estavam inclusive banidas do trabalho subterrâneo.

Os homens ocupam a maioria das posições executivas das empresas de recursos naturais, que ficam atrás em relação a outros setores.

Embora a proporção esteja crescendo, as diretoras mulheres respondiam por apenas 10,9 por cento dos conselhos das mineradoras, em média, em 2014, contra mais de 15 por cento no ramo de bens de consumo e serviços, segundo estudo da Women in Mining UK e da PricewaterhouseCoopers.

“Sem novas iniciativas levaria 30 anos para chegar só a 30 por cento de representação feminina”, disse Mackenzie, da BHP, em comunicado.

“É preciso fazer mais e faremos. E nossa meta aspiracional para 2025 é atingir o equilíbrio entre gêneros em todos os níveis da organização na próxima década.”

Dos 27.000 empregados diretos da BHP, as mulheres também representam 18 por cento. A companhia afirma que está perseguindo a meta para funcionários diretos e que incentivará as empresas contratadas a exibirem o mesmo equilíbrio.

Inclusão, diversidade

“Existem oportunidades de trabalhar com os nossos fornecedores para alinhar os processos da nossa cadeia de abastecimento com nossas aspirações de inclusão e diversidade”, informou a BHP por e-mail.

“Trabalharemos juntos com os nossos parceiros da cadeia de abastecimento para entender onde podemos criar oportunidades para respaldar nosso compromisso de inclusão e diversidade.”

A BHP apresentará “imagens contrárias ao estereotipo”, como mineradoras mulheres e jovens líderes femininas em seus visuais internos e externos em uma tentativa de atrair e reter talentos diversos, informou a companhia.

E também buscará mitigar parcialidades em suas políticas e processos e desenvolver opções de trabalho flexíveis.

Em separado, a Fortescue Metals Group, quarta maior exportadora de minério de ferro do mundo, começará a divulgar o avanço da participação feminina entre seus funcionários a cada trimestre buscando melhorar o equilíbrio entre gêneros, disse o CEO Nev Power a jornalistas, na quinta-feira.

As mulheres atualmente respondem por 16 por cento do pessoal da produtora com sede em Perth, Austrália, informou a companhia em comunicado.

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