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Best Buy traça plano para voltar a crescer depois de prejuízo e escândalo

Além de cortar custos e pessoas, rede planeja diminuir estoques e focar em eletrônicos. Lucro no trimestre caiu 35% em comparação ao ano anterior

Loja da Best Buy, nos Estados Unidos: rede busca reinventar seu modelo de negócios (Justin Sullivan/Getty Images)

Loja da Best Buy, nos Estados Unidos: rede busca reinventar seu modelo de negócios (Justin Sullivan/Getty Images)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 22 de maio de 2012 às 16h08.

São Paulo – Ao mesmo tempo em que tenta reinventar seu modelo de negócios ultrapassado e abafar o escândalo que culminou com a saída de seu principal executivo, a Best Buy ainda está tendo que lidar com resultados pouco animadores. A empresa com sede em Minneapolis reportou um lucro líquido 158 milhões de dólares, ou 46 centavos por ação, nos três meses encerrados em 05 de maio. O resultado está quase 35% abaixo que o apresentado no mesmo período do ano anterior, de 212 milhões de dólares, ou 53 centavos por ação.

A receita no mercado americano cresceu 5% para 8,82 bilhões dólares, mas a as vendas internacionais tiveram queda de 6% para 2,79 bilhões dólares, principalmente por conta dos fracos resultados na China e na Europa. A decepção dos analistas foi muita por conta da grande expectativa colocada na empresa – eles esperavam 11,5 bilhões de dólares em faturamento no período.

Os resultados mostram que a rede tem um longo caminho a percorrer para fazer com que o negócio volte a crescer. De acordo com dados da companhia, o crescimento das vendas de comprimidos, telefones celulares, e-readers e outros aparelhos eletrônicos ajudaram a compensar a queda das vendas de cadernos, jogos, imagem digital e TVs durante o trimestre. Com os resultados, a estratégia adotada pela companhia foi a de diminuir seus estoques, investir em produtos de maior valor agregado, como venda de celulares, e distribuir esses itens pela loja de forma a estarem mais visíveis aos clientes.

Em abril, a varejista anunciou uma grande reestruturação que inclui fechamento de lojas, corte de 400 empregados e de 800 milhões de dólares em custos. Em teleconferência com os investidores, o CEO interino Mike Mikan disse que as iniciativas são apenas a "primeira fase" de grandes mudanças que a cadeira planeja fazer para sobreviver em um cenário de mudanças no varejo. "O mercado de hoje é diferente do que fazíamos parte antes e não estávamos preparados para ele”, disse ele. “A experiência de fazer compras na Best Buy já não é mais única como era antes."

Mikan, que está na corrida para ser nomeado CEO permanente, disse que espera dar mais detalhes sobre mudanças nos próximos meses. "Sabemos que temos de nos adaprtarmos melhor às novas realidades do mercado e estamos criando um plano de longo prazo para fazer com que a empresa cresça de maneira sustentável e traga resultados melhores para os próximos anos", afirmou o executivo.

Enquanto isso, a Best Buy também enfrentar os resquícios deixados por um recente escândalo empresarial. Em abril, o então CEO Brian Dunn saiu em meio a alegações de que ele violou a política da empresa por ter um relacionamento impróprio com uma funcionária. Uma investigação relacionada com o assunto resultou na demissão do fundador e presidente. Richard Schulze, que sabia sobre a relação e não alertou o conselho nem a área de recursos humanos. A diretora de marketing Barry Judge também deixou a empresa recentemente.

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