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'Beleza digital': B4A capta R$ 15 milhões para acelerar crescimento com publicidade

A Beauty For All já conta com mais de 200 funcionários e tem faturamento acima dos R$ 100 milhões

Jan Riehle, CEO e fundador da Beauty For All (B4A): grupo já supera R$ 100 milhões em faturamento

Jan Riehle, CEO e fundador da Beauty For All (B4A): grupo já supera R$ 100 milhões em faturamento

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 09h52.

Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 16h40.

O mercado de beleza e tecnologia nunca esteve tão aquecido. Globalmente, o setor movimentou US$ 571 bilhões em 2023 e deve ultrapassar US$ 663 bilhões até 2027. O Brasil, quarto maior mercado de beleza do mundo, segue essa tendência e viu um aumento de 13,5% no setor só em 2022, exportando produtos para mais de 100 países.

Com o avanço das beautytechs — startups que unem inovação e tecnologia ao setor — o país já conta com mais de 200 empresas especializadas nesse segmento, indo de marketplaces até inteligência artificial aplicada a cosméticos.

Surfando essa onda, a Beauty for All (B4A) acaba de captar até R$ 15 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela 4Equity Media Ventures. É a primeira vez que o fundo investe no setor de beleza. Serão R$ 10 milhões. Investidores do Mercado Bitcoin e outros já existentes da companhia complementam os outros R$ 5 milhões.

Para eles, o atrativo da B4A está no fato que a empresa construiu um ecossistema completo. São mais de 500 marcas parceiras para conectar com consumidores e influenciadores, além de ter as próprias operações de varejo. “O mercado de beleza tem algo raro: recorrência. Produtos como maquiagem e skincare são consumidos de forma constante, o que reduz a necessidade de sempre buscar novos clientes”, explica Felipe Hatab, presidente da 4Equity.

Como tudo começou

Alemão, o fundador Jan Riehle chegou ao Brasil em 2011 após se formar numa das maiores escolas de negócio do mundo (Insead) e trabalhar em países como Suíça, França e Cingapura. Na época, criou o fundo Rising Ventures, que posteriormente possibilitou a fundação da B4A e a compra da Glambox e da Men’s Market.

Foi somente em 2017 que voltou a sua atenção oficialmente para o mercado da beleza. Riehle estava inspirado na europeia THG, cuja divisão de beleza é uma das maiores do mundo, e atraído pelo fato que o Brasil é um dos maiores consumidores de produtos de beleza do mundo.

Hoje, a B4A está no break-even desde o início de 2023 e cresce 30% ao ano. São mais de 200 funcionários e faturamento acima dos R$ 100 milhões. “A gente não está falando de uma startup iniciante. É uma empresa consolidada que construiu um modelo difícil de replicar”, afirma Hatab.

Entenda como o grupo é estruturado

O modelo da B4A faz com que a empresa atenda desde gigantes como L'Oréal e O Boticário até consumidores finais. Para isso, a empresa atua em diversas frentes:

  • A glam é um e-commerce que oferece assinaturas para o consumidor ter descontos em produtos;
  • A Glam Beauty e a Ella são as marcas de cosméticos da B4A;
  • O Men's Market é um e-commerce com foco em produtos para homens, que também oferece descontos via assinatura;
  • A Malmo aposta exclusivamente em acessórios masculinos;
  • Com a B4A Connect, oferece serviços para mais de 500 marcas, ajudando na distribuição e no marketing;
  • A plataforma bfluence conecta mais de 10 mil criadores de conteúdo com marcas do setor para campanhas publicitárias.

Aposta para crescer

Com o crescimento acelerado, a maior barreira da empresa agora é ampliar sua visibilidade. “O grande desafio no mercado de beleza é o marketing. O consumidor tem muitas opções e precisa ser impactado no momento certo”, explica Riehle.

A parceria com a 4Equity vem justamente para resolver esse ponto. O fundo investe em startups usando mídia como ativo, permitindo que empresas escalem sem precisar gastar todo o caixa em publicidade.

Para 2025, a empresa mira um crescimento de 50% e novas expansões dentro do setor. “A beleza é um mercado gigante e cheio de oportunidades. Estamos só no começo do que podemos construir”, afirma Riehle.

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