(Design/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 15h56.
Última atualização em 13 de janeiro de 2022 às 16h17.
Depois de comprar a empresa de turismo corporativo Flytour no ano passado, o empresário mineiro Marcelo Cohen agora aposta no mercado de luxo, um dos mais resistentes à crise na pandemia. Com recursos próprios, ele acaba de adquirir a Queensberry, que tem um dos tíquetes médios mais altos no Brasil, em torno de R$ 85 mil. Em agências A e B, por exemplo, a média é de R$ 15 mil.
A companhia da elite passará a fazer parte da BeFly, holding que surgiu da união da Belvitur e Flytour e outras empresas. A compra é estratégica para o plano de expansão de Cohen, que visa um conglomerado de turismo, abrangendo vários nichos — do lazer ao corporativo e luxo — e, assim, ganhar mais espaço no mercado de turismo brasileiro.
Na avaliação dele, a nova empresa no portfólio fortalece o grupo não somente pela diversificação, mas ajuda a ganhar musculatura para melhores negociações, uma vez que tem mais peso no mercado.
Além da Flytour, Cohen diz que está de olho no segmento estudantil, principalmente em cursos no exterior, e nas vendas diretas de turismo online para o público. A estratégia, no entanto, não é uma só, segundo ele. Em alguns casos, vale mais comprar a empresa toda, como nas últimas duas aquisições e em outras, começar do zero.
"Estamos prospectando negócios com outras 12 startups para colocar dentro do nosso sistema. Pode ser da aéreo, terrestre, hotel, sempre na área de turismo", destaca Cohen, CEO da BeFly.
O valor da compra da Queensberry não foi divulgado, mas o pagamento inclui as dívidas e metas que, se alcançadas em cinco anos, podem chegar a receber até R$ 100 milhões. Em 2020, a empresa entrou em recuperação judicial e no ano passado e aprovação dos credores no ano passado. A reestruturação da empresa é em torno de R$ 50 milhões.
No ano passado, o faturamento da BeFly foi de R$ 4 bilhões. A expectativa para 2022 é de R$ 5 bilhões, podendo chegar a R$ 6 bilhões, dependendo do arrefecimento a pandemia.
A Queensberry surgiu em Londres, em 1971 e chegou ao Brasil na década seguinte. Na aquisição, o fundador da Queensberry, Martin Jensen, segue na empresa e continuará à frente dos negócios.