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BB tem condições de reduzir estrutura de custos, diz presidente

O executivo reforçou que o BB deve ter neste ano uma redução ao redor de R$ 2,3 bicom quadro de funcionários e espera corte anual de R$ 750 mi

Paulo Caffarelli: "Ganho de eficiência virou uma questão quase dogmática aqui", disse (Paulo Whitaker/Reuters)

Paulo Caffarelli: "Ganho de eficiência virou uma questão quase dogmática aqui", disse (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de abril de 2017 às 18h05.

São Paulo - O presidente-executivo do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse nesta quinta-feira estar inconformado com a atual estrutura de custos do grupo, que trabalha para apresentar um resultado melhor do que o previsto para 2017.

"Não estou nem um pouco confortável com esse guidance (estimativa do banco)", disse Caffarelli em entrevista à Reuters sobre a previsão de alta de 1,5 a 4,5 por cento das despesas administrativas neste ano.

O executivo reforçou que o BB deve ter neste ano uma redução ao redor de 2,3 bilhões de reais com quadro de funcionários e espera corte anual de 750 milhões de reais como resultado de revisão de contratos de processos internos.

"Ganho de eficiência virou uma questão quase dogmática aqui", disse.

As declarações do executivo acontecem perto de Caffarelli completar um ano à frente do BB e cinco meses depois do banco ter anunciado um plano de redução de custos que envolveu a demissão voluntária de 9,4 mil funcionários e o fechamento ou redução de cerca de 800 agências.

Nos últimos meses, as ações do BB têm subido fortemente, refletindo a expectativa de investidores de que o banco está a caminho de elevar seus níveis de rentabilidade e de capital.

Para Caffarelli, o BB atingirá esses objetivos sem ter que recorrer à injeção de recursos do controlador o governo federal e à venda de ativos. O banco já tem sinalizado intenção de se desfazer do que considera ativos não essenciais, como a participação na elétrica Neoenergia.

"Não contamos com recursos de vendas de ativos para reforçar o capital", disse.

No caso do argentino Banco Patagonia, do qual o BB é controlador, o plano já revelado de venda de participação se dará preferencialmente por uma oferta de ações no mercado, disse Caffarelli.

A venda de participação no Banco Votorantim está fora de questão, afirmou, assim como de fatias em braços de negócios internos do banco em áreas como custódia ou de cartões, em moldes semelhantes ao que fez quando abriu o capital de sua subsidiária BB Seguridade .

"Não faz sentido nesse momento abrir mão de parte da receita futura desses negócios", disse Caffarelli durante visita aos escritórios da Thomson Reuters.

Melhora de cenário

Segundo o presidente do BB, uma melhora da atividade econômica no país já se refletiu num aumento de cerca de 20 por cento no volume de empréstimos concedidos pelo banco para consumo desde janeiro.

"No consignado, o ritmo é o melhor desde 2014", disse Caffarelli.

Já em grandes empresas, um dos segmentos que tem mais pressionado a qualidade das carteiras de bancos nos últimos trimestres, o executivo disse que o nível de inadimplência do BB no setor pode ter leve alta neste primeiro semestre, mas a tendência prevista para a partir de então é de queda.

Além disso, Caffarelli disse não esperar que o BB tenha que fazer mais alguma provisão significativa para perdas com inadimplência de algum grande cliente.

Nos últimos trimestres, todos os grandes bancos do país reservaram bilhões de reais para perdas esperadas com calotes de grandes grupos como Oi e Sete Brasil, que estão em recuperação judicial.

Nova vice-presidência

Caffarelli disse que o banco submeterá ao conselho de administração proposta de criar uma nova vice-presidência de seguros, que será o ocupada pelo presidente da subsidiária BB Seguridade, José Maurício Pereira Coelho.

Segundo o presidente do BB, a medida visa a melhorar a governança do grupo, dado que a subsidiária responde por importante parcela das receitas do conglomerado.

"Mas o custo de criação dessa vice-presidência é zero", garantiu Caffarelli.

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