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BB promete prudência em meio à redução de recomendações

Banco minimizou preocupações com as tendências de rentabilidade neste ano, comprometendo-se a precificar melhor os empréstimos


	Agência do Banco do Brasil: companhia divulgou uma meta de expansão para a carteira de crédito entre 14 e 18 por cento este ano
 (Adriano Machado/Bloomberg News)

Agência do Banco do Brasil: companhia divulgou uma meta de expansão para a carteira de crédito entre 14 e 18 por cento este ano (Adriano Machado/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 19h17.

São Paulo - O Banco do Brasil minimizou preocupações com as tendências de rentabilidade neste ano, comprometendo-se a precificar melhor os empréstimos, após o lucro abaixo das estimativas ter levado analistas a colocarem suas recomendações para as ações do banco em revisão.

Executivos liderados pelo diretor financeiro Ivan Monteiro disseram aos investidores na sexta-feira que o banco vai manter índices de inadimplência estáveis, ajustar os preços dos empréstimos de acordo com o ambiente de taxas de juros mais altas no país e manter uma política de longo prazo de rigorosa avaliação de risco dos mutuários.

Estimativas para crescimento da carteira de crédito e retorno sobre o patrimônio poderão ser elevadas se as perspectivas para o risco e demanda por crédito melhorarem, disse Monteiro.

O Banco do Brasil divulgou na quinta-feira uma meta de expansão para a carteira de crédito entre 14 e 18 por cento este ano, e retornos entre 12 e 15 por cento -- que analistas consideraram muito baixas.

"Estamos assumindo uma visão conservadora", disse Leo Loyola, diretor de Relações com Investidores no Banco do Brasil, em teleconferência. "Apesar de as taxas mais elevadas afetarem os custos de captação imediatamente, nossa receita somente de beneficia dessa situação após um intervalo de tempo".

Ações do Banco do Brasil caíram fortemente na quinta-feira diante de lucros fracos e preocupações sobre o futuro desempenho operacional. O lucro líquido recorrente, ou o lucro excluindo itens extraordinários, foi de 2,424 bilhões de reais, bem abaixo dos 2,606 bilhões de reais esperados por analistas consultados pela Reuters.

As ações do banco encerraram a sessão em baixa de 1,02 por cento, ante alta de 0,81 por cento do Ibovespa.

Nesta sexta-feira, os analistas do Credit Suisse Securities liderados por Marcelo Telles reduziram seu preço-alvo e recomendação para o Banco do Brasil. "Com a baixa rentabilidade e grandes necessidades de capital nos próximos anos...o Banco do Brasil não tem nenhuma outra opção a promover a disciplina de capital, reduzir o ritmo de crescimento e trabalhar para aumentar sua rentabilidade", disse Telles.

Analistas do Bradesco BBI liderados por Carlos Firetti cortaram sua recomendação para as ações do Banco do Brasil para "market perform" (em linha com o desempenho do mercado), ante "outperform" (acima do desempenho) anteriormente, e colocaram o preço-alvo em revisão.

O analista do Goldman Sachs Carlos Macedo também colocou sua recomendação e preço-alvo em revisão, citando os resultados "decepcionantes" e as metas.

A meta cautelosa do banco ocorre enquanto a economia do Brasil entra no que é esperado para ser um quarto ano consecutivo de crescimento anêmico e os dados apontam para consumo e tendências de criação de emprego mornas, o que poderia dificultar para Banco do Brasil e seus pares.

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