EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
A Merck bem que tentou comprar a Schrering AG, mas quem levou foi a Bayer. O anúncio foi feito nesta quinta-feira: a alemã Bayer irá pagar 16,3 bilhões de euros (ou 19,7 bilhões de dólares) à sua conterrânea Schering, em um dos mais disputados processos de aquisição ocorridos na Alemanha. Há duas semanas, a Merck (também alemã) havia oferecido 14,6 bilhões de euros pela Schering, mas a oferta foi considerada "hostil" pelos acionistas.
"A aquisição da Schering está em linha com nosso objetivo estratégico de aumentar nossa participação no segmento de cuidados pessoais, que inclui remédios que não exigem prescrição médica. A fusão vai beneficiar não apenas os acionistas, mas também funcionários e consumidores", disse o CEO da Bayer, Werner Wenning.
A oferta de 14,6 bilhões de euros feita pela Merck foi imediatamente considerada "hostil" pelos acionistas da Schering, que esperavam um valor maior. Desde então, criou-se uma disputa entre bancos: enquanto a Schering estava sendo assessorada pelo Morgan Stanley e pelo Dresdner Kleinwort Wasserstein, a Merck contratou os serviços do Deutsche Bank e do Goldman Sachs. Nada impede, porém, que a Merck ou qualquer outra empresa volte a fazer uma proposta ainda melhor pela Schering.
Por enquanto, fica valendo a proposta da Bayer. Nela, foi acordado que a Bayer irá pagar 86 euros, em dinheiro, por cada ação da Schering. O valor é 39 euros superior ao valor das ações da companhia antes de receber a oferta "hostil" da Merck. O valor é, também, 12 euros superior à oferta, por ação, feita pela Merck.
Com a fusão, a Bayer espera aumentar sua margem Ebitda (ganhos antes do pagamento de impostos, juros, amortizações e depreciações) dos atuais 19% para 25% até o ano de 2009. Essa é a segunda grande movimentação da Bayer no segmento de health care. Em 2004, a companhia alemã comprou a unidade de cuidados pessoais da Roche por 2,3 bilhões de euros.
No ano passado, a receita da Bayer foi de 27,4 bilhões de euros, enquanto a da Merck chegou a 22 bilhões de dólares. Juntas, as duas companhias passam à liderança mundial da indústria farmacêutica, deixando para trás a americana Pfizer e a britânica GlaxoSmithKline.