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Bayer e Sumitomo prometem fungicida contra ferrugem da soja

Companhias pretendem submeter o fungicida ainda este ano para aprovações em órgãos dos ministérios da Agricultura

Ferrugem da soja: novo fungicida deverá proporcionar um maior controle da doença por agir por mais tempo (Christine Stone/Wikimedia Commons)

Ferrugem da soja: novo fungicida deverá proporcionar um maior controle da doença por agir por mais tempo (Christine Stone/Wikimedia Commons)

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Reuters

Publicado em 27 de junho de 2017 às 11h35.

São Paulo - A alemã Bayer e a japonesa Sumitomo Química anunciaram nesta terça-feira acordo para a produção de um fungicida que promete mais eficácia no combate à ferrugem da soja e outras doenças que afetam a cultura líder do agronegócio brasileiro.

Mas produtores ainda terão que esperar alguns anos pelo produto, desenvolvido especialmente para o Brasil, onde a ferrugem da soja é a doença que mais demanda investimentos na lavoura, até porque pode reduzir em 80 por cento a produtividade se não for controlada.

As companhias pretendem submeter o fungicida ainda este ano para aprovações em órgãos dos ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente e tê-lo aprovado para venda no início da próxima década.

"Vamos trazer um produto que é uma mistura pronta, o diferencial é alta eficiência dos dois componentes que vão fazer parte da mistura...", afirmou à Reuters o diretor de Marketing Estratégico da Bayer Brasil para Culturas e Portfólio, Mauro Alberton.

O produto contará com uma combinação de fungicida inédito da Sumitomo com outros estabelecidos pela Bayer. Os termos financeiros da operação não foram divulgados.

A ferrugem tem um custo médio para o setor produtivo de 2 bilhões de dólares por safra no Brasil, segundo a estatal de pesquisas Embrapa, que aponta ainda que tem havido uma redução da eficiência dos fungicidas desde a safra 2007/08 em função da adaptação do fungo aos produtos.

Segundo o executivo da Bayer, o novo fungicida deverá proporcionar um maior controle da doença por agir por mais tempo, facilitando o manejo nas lavouras.

"Uma comparação esdrúxula: é como se usasse um protetor solar 40 que não sai com água, versus um com baixa eficiência... Ele vai dar mais certeza para agricultor", afirmou.

Segundo Alberton, o químico tem passado por testes nos últimos anos no Brasil.

"Pretendemos lançar o produto já na década de 20", disse ele, comentando que normalmente, após a submissão, leva cerca de cinco anos para ser aprovado pelas autoridades.

"Também sou produtor de soja, estou realizado em trazer essa tecnologia, submeter este ano (para as autoridades) é algo que nos deixa realizados como companhia."

Ele afirmou que esse é o caminho para garantir a sustentabilidade da agricultura em uma área tropical do planeta como o Brasil, onde há mais incidência de pragas e doenças.

A Bayer é uma das líderes no segmento agroquímicos e lidera nas vendas de fungicida para combater a ferrugem no país.

Ele disse que é "muito cedo" para falar de custos para o produto. A companhia também não divulgou como será a divisão de lucros entre a Bayer e a Sumitomo, no futuro.

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