Depois de 10 meses sem o petisco, o McDonald's voltou a vender batatas fritas 100% fabricadas no país (Paulo Pampolin / Você S.A.)
Karin Salomão
Publicado em 6 de novembro de 2015 às 13h36.
São Paulo – As batatas fritas do McDonald’s estavam ausentes da Venezuela desde o início do ano. Agora, elas voltaram, mas ainda não são acessíveis a todos. O preço de uma porção grande é de 800 bolívares venezuelanos, ou 126 dólares.
Com o câmbio controlado pelo governo, inflação altíssima e com o colapso do preço do petróleo, que corresponde a 95% do PIB, o país vive uma escassez de diversos produtos.
A importação de batatas caiu 85% no ano passado, segundo a AFP, quando o McDonald’s retirou as fritas do cardápio.
Até então, o tubérculo importado tinha sido substituído pela yuca, raiz também conhecida como cassava, nos mais de 100 restaurantes da rede no país.
Porém, desde o início da semana, o McDonald’s começou uma campanha de marketing anunciando a volta das batatas fritas à rede na Venezuela. Com posts nas redes sociais, a empresa criou um suspense em torno do relançamento.
No te pierdes el nuevo sabor que viene a McDonald´s... pic.twitter.com/eKt729Kq5x
— McDonald's Venezuela (@McDonaldsVen) 31 outubro 2015
Mas o que mais surpreendeu os consumidores foi o preço sugerido para as batatinhas. A porção normal irá custar 500 bolívares, cerca de 79 dólares. Já a versão maior sai por 800 bolívares, que são aproximadamente 126 dólares, segundo o câmbio oficial.
Usando o câmbio do mercado negro, no entanto, a batata do McDonald’s valeria 64 centavos de dólares, tamanho médio, e 1,15 dólar, a grande, segundo a Fusion.
Segundo uma porta-voz da Arcos Dorados, que controla as franquias do McDonald’s na América Latina, o retorno das batatas só foi possível buscando fornecedores locais.
A nova batata é feita com ingredientes totalmente nacionais.
Llega a McDonald´s un nuevo sabor hecho aquí que te encantará pic.twitter.com/77OiNvW4Ak
— McDonald's Venezuela (@McDonaldsVen) 2 novembro 2015
A Venezuela enfrenta uma severa falta de produtos, como cerveja e papel higiênico.
Por conta disso, uma camisinha era vendida por mais de 2.000 reais. Já um iPhone 6 só podia ser comprado ao desembolsar 145 mil reais.