Práticas sustentáveis: Quintana Gastronomia faz toda a gestão de resíduos e capta a água da chuva para ser usada em banheiros e resfriar o ambiente. (Quintana Gastronomia/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 22 de março de 2024 às 10h27.
Um estudo inédito realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em parceria com o Sebrae mostra que os bares e restaurantes de pequeno porte são os líderes em ações sustentáveis em relação aos maiores.
A pesquisa, que contou com a participação de 1.002 empresários de todo o Brasil, avaliou a percepção dos gestores do setor de alimentação sobre a economia circular.
Os resultados apontam que os microempreendedores individuais tendem a investir em práticas sustentáveis, principalmente quando relacionadas à redução de perdas e melhor aproveitamento de resíduos.
Entre as ações que se destacam estão aquelas voltadas à economia de energia, seguidas pela gestão de resíduos, principalmente orgânicos, bem como a redução do desperdício e a compostagem e a produção de biogás a partir de sobras de alimentos.
A pesquisa aponta também para uma oportunidade de geração de energia própria, por meio de painéis solares ou produção de biogás, reforçando a tendência de autonomia e sustentabilidade no setor.
Dona do Quintana Gastronomia, em Curitiba, Gabriela Carvalho é um bom exemplo de como colocar a sustentabilidade em prática. A empreendedora se uniu a produtores locais de orgânicos para acompanhar o processo de cultivo de ponta a ponta.
No restaurante, ela faz toda a gestão de resíduos, separando o lixo em orgânicos (para compostagem), recicláveis e não aproveitáveis. Além disso, a água da chuva captada é usada em banheiros, para resfriar o ambiente e para manter o jardim florido.
“A sustentabilidade no meu restaurante e na minha vida pessoal é tão importante quanto manter nosso corpo saudável e ativo”, diz Gabriela. “Considerando que os restaurantes são grandes geradores de resíduos e poluição, adotar práticas sustentáveis é fundamental.”
Líder da área ASG da Abrasel, Luiza Campos diz que a adoção de práticas sustentáveis envolve tanto redução de custos como ganho de eficiência.
“Acreditamos que esses microempreendedores estejam buscando fazer mais com menos recursos; ou seja, ganhar em produtividade. É por isso que eles têm investido em ações, processos e ferramentas sustentáveis”, afirma.
O estudo revela ainda que a motivação para adotar práticas mais sustentáveis parte, majoritariamente, dos próprios gestores dos estabelecimentos.
E, embora o apelo de atores externos como consumidores, fornecedores e parceiros ainda tenham uma contribuição menos expressiva nessa tomada de decisão, a tendência é que isso cresça num futuro próximo. “Existe uma demanda do mercado por negócios mais sustentáveis e estamos preparando o setor de alimentação fora do lar para atendê-la”, diz Luiza