Negócios

Barclays e UBS estão de olho em milionários na África

O número de africanos com pelo menos US$ 1 milhão em ativos para investir aumentou 9,9 por cento em 2012, maior taxa de crescimento fora da América do Norte


	A fusão dos ativos da Barclays com o antigo Absa Group Ltd., na África do Sul, dá a Barclays Africa 1.200 filiais em todo o continente, e maior acesso às famílias consumidoras da região
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

A fusão dos ativos da Barclays com o antigo Absa Group Ltd., na África do Sul, dá a Barclays Africa 1.200 filiais em todo o continente, e maior acesso às famílias consumidoras da região (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 11h38.

Johanesburgo – Barclays Plc, Citigroup Inc. e UBS AG estão de olho nos clientes milionários na África à medida que as economias de maior crescimento no continente criam cada vez mais pessoas ricas, como Aliko Dangote.

A Barclays Africa Group Ltd., na qual o banco com sede em Londres mantém uma participação de 62,3 por cento, está procurando aproveitar sua experiência na administração de fortunas na África do Sul, após adquirir oito operações no continente, previamente administradas por sua matriz.

Essa expansão depende da aprovação dos órgãos reguladores em países como Quênia, Gana e Maurício, disse a presidente Maria Ramos.

“É uma oportunidade com um potencial muito promissor”, disse Ramos em entrevista de Johanesburgo, em 30 de julho.

O número de africanos com pelo menos US$ 1 milhão em ativos para investir aumentou 9,9 por cento em 2012, totalizando 140.000 pessoas, segundo um relatório publicado, em 18 de junho, pela Cap Gemini SA e pelo Banco do Canadá.

Trata-se da maior taxa de crescimento fora da América do Norte. A economia em países como a Nigéria e Gana cresceu mais de 5 por cento no ano passado.“É uma excelente época para o private banking, a gestão de riqueza e a gestão de ativos na África”, afirmou Mark Mobius, que supervisiona US$ 53 bilhões como presidente executivo do conselho do Templeton Emerging Markets Group, em entrevista em 28 de junho.

Segundo relatório da Cap Gemini, aproximadamente 42 por cento dos milionários africanos e do Oriente Médio dão prioridade a acumulação de riqueza - maior proporção do que seus pares americanos, europeus ou asiáticos.

Oportunidade de riqueza

A UBS, a maior gestora de riqueza do mundo, anunciou em maio que expandirá suas operações na África diante do aumento da demanda causada pelo crescimento econômico. O banco, com sede em Zurique, informou que as indústrias que mais contribuem para a criação de riqueza no continente são as de matérias-primas, telecomunicações e consumo.

"O aumento da riqueza na África apresenta uma oportunidade", afirmou Donna Oosthuyse, diretora do Citigroup na África do Sul.

Dangote, o homem mais rico da África, está sendo beneficiado pelo crescimento econômico do continente, somando US$ 6,7 bilhões à sua fortuna, este ano, de acordo com o Bloomberg Billionaires Índex.


Este fato levou o nigeriano, que é o maior produtor de cimento do continente, para o posto 31 na lista dos mais ricos do mundo, com patrimônio liquido estimado em US$ 21,3 bilhões, superando os US$ 18 bilhões de Mark Zuckerberg de Facebook.

“O crescimento implica a criação de sistemas de poupanças em países como a Nigéria, o Quênia e Gana”, disse Thabo Khojane, diretor de gestão da Investec Asset Magement, na Cidade do Cabo. “Não acho que os problemas da África tenham sido resolvidos, mas sem dúvida a tendência avança pelo caminho certo”.

Os gerentes de recursos locais e internacionais estão começando a aproveitar esse potencial na busca de mais lucros, atualmente limitados por requerimentos regulatórios mais estritos, disse Patrice Rassou, diretor de pesquisa na Sanlam Investment Management, na Cidade do Cabo.

“Os bancos sul-africanos e globais tiveram, em geral, um desempenho ruim no mercado de gestão de recursos”, disse Rassou em uma entrevista. “Um operador capaz de mudar a situação é a Barclays Africa, caso tenha o produto certo. Há demanda”.

Alcance continental

A fusão dos ativos da Barclays com o antigo Absa Group Ltd., na África do Sul, dá a Barclays Africa 1.200 filiais em todo o continente, 45.000 funcionários, mais de 10.000 caixas eletrônicos e maior acesso às famílias consumidoras da região, cujo número é estimado em 128 milhões, explicou Ramos numa apresentação de 2 de agosto em Johanesburgo.

Usando tecnologia da Barclays, invés de desenvolver novos sistemas, torna possível o lançamento de produtos “de baixo custo”, incluindo aqueles para a gestão de riqueza, disse Ramos.

Acompanhe tudo sobre:Áfricabancos-de-investimentoBarclaysEmpresasEmpresas inglesasEmpresas suíçasMilionáriosUBS

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU