Negócios

'Banqueiro dos pobres' é destituído da direção de banco

Muhammad Yunus perdeu o cargo de diretor-executivo do Grameen Bank, que instaurou o sistema de microcrédito a pessoas de baixa renda

Yunus, Nobel da Paz em 2006: banco alega que fundador já deveria estar aposentado (Jason Kempin/Getty Images)

Yunus, Nobel da Paz em 2006: banco alega que fundador já deveria estar aposentado (Jason Kempin/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 12h59.

Nova Délhi - O prêmio Nobel da Paz de 2006, o bengalês Muhammad Yunus, foi destituído do cargo de diretor-executivo do Grameen Bank, a entidade concessionária de microcréditos que criou e por conta da qual recebeu o apelido de "banqueiro dos pobres".

O subdiretor-geral do Banco de Bangladesh (central), A.F.M. Asaduzzaman, citado pelo portal de notícias bengalês "bdnews24", informou da demissão de Yunus, que havia sido submetido a uma campanha de desprestígio promovida pelo próprio Governo nos últimos meses.

A decisão foi adotada pelo banco central e comunicada por carta, sob o argumento de que Yunus, nascido em 28 de junho de 1940, ultrapassou a idade de aposentadoria, segundo versões da agência "UNB" e do jornal "The Daily Star".

"Recebemos a carta do Banco de Bangladesh. Nossos advogados estão examinando e em breve emitiremos uma reação a respeito", disse por telefone à Agência Efe a diretora do Yunus Center, Lamiya Morshed.

Lamiya acrescentou que o banqueiro "não foi despedido". "É preciso checar a validade legal da medida" do Banco de Bangladesh, afirmou.

Muhammad Yunus é o fundador do Grameen Bank, cujo sistema de microcréditos o fez ganhar o Nobel da Paz em 2006.

O economista bengalês também foi agraciado com o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, em 1998.

No entanto, nos últimos meses, se viu submetido a uma campanha de desprestígio orquestrada por seu próprio Governo, liderado por Sheikh Hasina, após um documentário transmitido em novembro de 2010 na Noruega ter denunciado um desvio de fundos entre duas entidades do Grupo Grameen, em 1996.

Yunus se defendeu das críticas afirmando que a transferência havia sido explicada aos doadores noruegueses, mas Hasina o acusou em dezembro de pretender evadir impostos e anunciou uma investigação contra ele.

Acompanhe tudo sobre:BancosBangladeshCréditoDemissõesDesempregoEconomistasEmpresasFinançasgestao-de-negociosGrameen BankMuhammad YunusNobelPrêmio Nobel

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades