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Bancos rejeitaram venda de ações do Uber, dizem fontes

O JPMorgan e o Deutsche Bank recusaram a oportunidade de oferecer aos seus clientes mais ricos a opção de investir no Uber, disseram as fontes

Uber: a última oferta do tipo de uma grande empresa de tecnologia ocorreu há mais de quatro anos (Carl Court/Getty Images)

Uber: a última oferta do tipo de uma grande empresa de tecnologia ocorreu há mais de quatro anos (Carl Court/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 17h39.

Nova York - As possíveis comissões e a melhora da reputação que viriam por trabalhar na oferta pública inicial do Uber são o sonho dos executivos bancários.

Contudo, pelo menos dois bancos de investimentos rejeitaram a venda de ações do Uber aos seus clientes de patrimônio elevado -- as ações acabaram sendo vendidas por outros bancos em janeiro -- porque a empresa de carona compartilhada não estava disposta a fornecer detalhes financeiros sobre seu negócio, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

O JPMorgan e o Deutsche Bank recusaram a oportunidade de oferecer aos seus clientes mais ricos a opção de investir no Uber, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque a informação é privada.

O Bank of America e o Morgan Stanley terminaram vendendo as ações no início do ano por meio de suas divisões de riquezas privadas.

O JPMorgan e o Deutsche Bank temiam que não conseguiriam atender a demanda da oferta devido à falta de detalhamento, disseram as pessoas.

O Deutsche Bank também levou em consideração que as vendas de ações por meio das divisões de riquezas privadas dos bancos são incomuns e o fato de nunca ter realizado uma operação do tipo antes, disse uma pessoa.

A última oferta do tipo de uma grande empresa de tecnologia ocorreu há mais de quatro anos. No caso, o Goldman Sachs vendeu ações privadas do Facebook a clientes internacionais antes de a companhia abrir seu capital, em 2012.

Aposta no relacionamento

No caso de uma companhia como o Uber, os grandes bancos apostam na construção de um relacionamento de longo prazo para estarem em vantagem quando a companhia realmente escolher bancos para abrir seu capital.

Embora tenha sido realizada por meio das divisões de riqueza privada, a venda de ações do Uber ainda pode ajudar os bancos a ganharem a simpatia da companhia.

Como não está claro em que momento haverá um IPO do Uber, a decisão dos bancos de renunciar ao negócio chama a atenção.

Antes da venda, parecia que o CEO do Uber, Travis Kalanick, e a diretoria da empresa detinham o comando. Por exemplo, a companhia informou aos executivos bancários que se as empresas fizessem qualquer negócio com sua maior concorrente americana, a Lyft, eles teriam menos chances de serem contratados, segundo pessoas informadas sobre essas discussões.

Até o momento, Kalanick tem conseguido driblar perguntas sobre o momento do IPO. No mês passado, ele comparou o Uber a um “aluno que acaba de começar o Ensino Médio” que é indagado sobre o baile de formatura. É cedo demais, insistiu.

Mas a declaração mostrou algum avanço em relação ao que ele disse um ano antes. “Somos como alunos da oitava série; estamos terminando o Ensino Fundamental e nos dizem que temos que ir para o baile de formatura.”

Um porta-voz do Uber preferiu não comentar. Representantes do JPMorgan, do Deutsche Bank e do Morgan Stanley preferiram não comentar.

Um representante do Bank of America não respondeu a um pedido de comentário.

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