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Bancos e companhias focam em tecnologia blockchain

A bitcoin está sendo largamente suplantada pela própria tecnologia sobre a qual foi criada, a blockchain

Bitcoin: a bitcoin está sendo largamente suplantada (Stephane de Sakutin/AFP)

Bitcoin: a bitcoin está sendo largamente suplantada (Stephane de Sakutin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2016 às 20h01.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 17h56.

Nova York - Conforme o debate percorre a Internet nesta semana sobre se o misterioso criador da moeda digital bitcoin foi finalmente identificado, executivos em uma grande conferência em Nova York tinham uma mensagem simples: não estamos mais focados nisso.

Isso porque a bitcoin está sendo largamente suplantada pela própria tecnologia sobre a qual foi criada, a blockchain, como o principal foco de investidores, companhias de tecnologia e instituições financeiras.

"Se há 100 por cento de oportunidade na blockchain, a bitcoin representa apenas 1 por cento disso", disse Jerry Cuomo, vice-presidente para tecnologias blockchain na IBM. "Então há toda uma fatia de 99 por cento que tem amplas aplicações em uma série de indústrias." Ao longo do ano passado, várias companhias de Wall Street, lideradas pelo Goldman Sachs, declararam comprometimento com a blockchain, como uma tecnologia potencialmente revolucionária para acompanhamento de transações financeiras.

A tecnologia blockchain funciona por meio da criação de "registros" públicos permanentes de todas as transações e que podem potencialmente substituir complexos sistemas de clearing.

Até agora, a bitcoin é a maior implementação da tecnologia de blockchain e há um grande debate sobre se uma poderia ter sido desenvolvida sem a outra.

"A bitcoin ainda é a única aplicação de grande escala e provada da blockchain que está atualmente em uso", disse Joseph Guastella, da Deloitte Consulting, em Nova York. "A bitcoin enquanto moeda pode não ser relevante, mas é uma prova relevante de aplicação da tecnologia blockchain." Bitcoins são criadas por meio de um processo de "mineração", em que computadores dedicados resolvem complexos problemas matemáticos em troca por bitcoins. Uma bitcoin era equivalente a 444,75 dólares na segunda-feira, sendo negociada em vários mercados ao redor do mundo.

Mas o volume de transações com bitcoins tem caído ao longo dos últimos seis meses em meio a uma grande divisão sobre mudanças técnicas no protocolo que é necessário para aumentar a capacidade do sistema que as produz. Uma vez que a moeda digital não tem um regulador formal, ela depende de um grupo central de desenvolvedores, que está fortemente dividido sobre as mudanças.

Mas este debate passou largamente despercebido dos entusiastas da blockchain reunidos em Nova York, apesar do empreendedor australiano Craig Wright ter se identificado na segunda-feira como criador da bitcoin.

"Isso é irrelevante porque o anúncio dele não resolve um problema ou um conflito", disse Bharat Solanki, diretor da Cambrian Consulting em Nova York. "Isso provavelmente ajuda a determinar as origens da bitcoin, mas apenas para reconhecimento", disse Solanki.

Enquanto isso, para Naoki Taniguchi, um especialista em inovação global no Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ, em San Francisco, quem criou a bitcoin não importa. "Tudo agora é blockchain", afirmou.

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