Paulo Câmara, presidente do BNB: investimentos do banco têm sido cruciais para consolidar o Nordeste como o principal produtor de energia renovável no país (Banco do Nordeste/Divulgação)
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Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 11h00.
No início do século, o Brasil enfrentou apagões de energia que afetaram diversas regiões. Com isso, a busca por alternativas sustentáveis se intensificou, especialmente no Nordeste, que se destaca pela sua capacidade de gerar energia limpa. Graças ao clima privilegiado de sol e vento, a região tornou-se líder na produção de energia solar e eólica, com destaque para os estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí e Ceará.
O Banco do Nordeste (BNB) foi fundamental nesse cenário. Apenas nos últimos dois anos, a instituição financeira destinou R$ 10,7 bilhões para o financiamento de projetos de energia solar e eólica. Esses investimentos têm sido cruciais para consolidar o Nordeste como o principal produtor de energia renovável no país.
De acordo com o presidente do BNB, Paulo Câmara, “nos próximos anos, a meta é financiar a expansão da produção de itens com selo verde, como cimento e aço, além de outras iniciativas industriais sustentáveis”. Ele também ressaltou a importância do FNE Verde, uma linha de crédito criada para fomentar a sustentabilidade ambiental.
Com o objetivo de desenvolver negócios que, de alguma forma, propiciam a preservação, a conservação, o controle e a recuperação do meio ambiente, essa linha de crédito do Banco do Nordeste é voltada para produtores rurais, empresas, cooperativas e associações rurais.
O BNB deve disponibilizar cerca de R$ 7,7 bilhões do FNE Verde para 2025. O volume representa um aumento de 30% em relação ao ofertado em 2024. Os recursos são do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e financiam empreendimentos e atividades econômicas que se enquadram nos conceitos de sustentabilidade.
Entre as atividades financiadas pelo FNE Verde estão recuperação ambiental e convivência com o semiárido, controle e prevenção da poluição e da degradação ambiental, redução de emissões de gases de efeito estufa e energias renováveis.
Segundo Câmara, o FNE Verde oferece vantagens como prazo de até 34 anos e carência de até oito anos. “Indústrias que investem em sustentabilidade têm a vantagem de consolidar sua operação e uma programação de longo prazo, além de taxas de juro vantajosas. São condições que o governo federal está oferecendo dentro do programa Nova Indústria Brasil para estimular a produção cada vez mais verde", explica Paulo Câmara.
Até setembro deste ano, o BNB já havia financiado R$ 5,6 bilhões com recursos do FNE Verde. Foram 5.380 operações distribuídas nos 11 estados da área de atuação do Banco. Os projetos atenderam, entre outras demandas, projetos de infraestrutura, indústria e agroindústria.