Monte dei Paschi di Siena: Segundo fontes do Wall Street Journal, o banco contratou os bancos de investimento UBS AG e Citigroup Inc. para encontrar um comprador ou parceiro (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
Karin Salomão
Publicado em 10 de novembro de 2014 às 15h10.
São Paulo - O banco italiano Monte dei Paschi di Siena, o mais antigo do mundo ainda em funcionamento, foi colocado a venda. Uma diferença de 2,1 bilhões de euros foi descoberta no balanço pelo Banco Central Europeu, o que levou as ações a caírem 40%.
Segundo fontes do Wall Street Journal, o banco italiano contratou os bancos de investimento UBS AG e Citigroup Inc. para encontrar um comprador ou parceiro.
O processo de venda começou na semana passada, após os dois bancos de investimentos alinharem compradores para a compra de ações do Monte dei Paschi por 2,5 bilhões de euros. Não está claro quanto o banco poderá receber por essa compra já que as ações caíram 40% nesse ano e o valor soma 3,4 bilhões de euros.
Fontes próximas ao banco disseram ao jornal Wall Street Journal que os investidores estão em um estágio inicial de identificar possíveis compradores. A lista, segundo o jornal, inclui o concorrente UBI Banca e outros bancos europeus, que já operam na Itália.
O banco foi fundado em 1472, originalmente para oferecer empréstimos mais baratos aos pobres. No entanto, os últimos anos da instituição foram acompanhados de crises e acusações de fraudes.
No começo de novembro, três executivos do banco, inclusive um ex-presidente, foram presos por esconder informações do banco central italiano durante a crise econômica europeia.
O Monte dei Paschi também foi o banco que teve a pior performance em um teste do Banco Central Europeu, que mediu a capacidade de resistência a crises de 130 instituições financeiras.
O banco não apresentou lucro nos últimos três anos. E, desde 2007, a média de retorno dos investidores é de -5%. Como efeito de comparação, a média nos seis anos que antecederam a crise foi de 9,7%, segundo The Economist.
O banco anunciou em dezembro um plano de reestruturação para salvar suas finanças. No entanto, para The Economist, o plano não seria tão eficiente. Os cortes de gastos eram feitos lentamente, por conta de leis trabalhistas italianas.