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Banco Intermedium prevê 1 milhão de clientes em 2018 e mira IPO

Plano agora é fazer do banco um portal de produtos financeiros, oferecendo produtos próprios e de parceiros

Banco Intermedium: banco digital de varejo foi criado há três anos e quer atingir a marca de 1 milhão de clientes (Site do Banco Intermedium/Reprodução)

Banco Intermedium: banco digital de varejo foi criado há três anos e quer atingir a marca de 1 milhão de clientes (Site do Banco Intermedium/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 14h56.

São Paulo - O Banco Intermedium planeja multiplicar por 10 sua base de clientes para atingir um milhão até o fim de 2018, quando pretende ter adiantado os planos para listagem em bolsa, disse à Reuters o principal executivo do banco mineiro.

Criado há três anos, o banco digital de varejo é parte dos planos da família fundadora da construtora MRV Engenharia de potencializar o banco para ser um braço financeiro da construtora.

O plano agora é fazer do Intermedium um portal de produtos financeiros, oferecendo produtos próprios e de parceiros, como de crédito, seguros e investimentos.

"Vamos ser o primeiro marketplace de finanças do país", disse o presidente do grupo, João Vítor Menin, filho de Rubens Menin, fundador e presidente da MRV.

Os planos vêm na esteira da expansão das empresas de prestação de serviços financeiros com base toda tecnológica, as fintechs, oferecendo custos baixos e agilidade como forma de se contrapor a juros e taxas elevados dos bancos tradicionais.

Segundo Menin, no entanto, o Intermedium tem uma estrutura financeira mais robusta do que das chamadas startups. Criado em 1994, o Intermedium já tem todas as principais autorizações do Banco Central para operar como banco múltiplo.

O Intermedium fechou 2016 com 3,3 bilhões de reais em ativos próprios, 4,8 bilhões de reais em ativos sob gestão e uma carteira de crédito de 2,3 bilhões de reais, da qual empréstimos imobiliários respondem por mais da metade.

Porém, como as fintechs, o banco opera sem agências físicas, o que lhe rende um custo administrativo muito inferior ao dos grandes bancos.

Com uma equipe relativamente modesta de 480 funcionários, o Intermedium está chegando à marca de 100 mil correntistas nesta semana, o dobro de cinco meses atrás. A meta é elevar essa base para 350 mil até dezembro e para um milhão no fim de 2018.

O modelo do negócio é parecido com os de outras empresas financeiras com operação exclusivamente digital, como a XP Investimentos e o Nubank, de cartões de crédito.

No mercado, Intermedium, XP e Nubank têm sido chamados de "Os Três Mosqueteiros", numa referência ao discurso similar do grupo de oferecer serviços financeiros sem tarifas, com maior sortimento de produtos e agilidade do que nos bancos de varejo.

Segundo Menin, mesmo sem as receitas de tarifas, o modelo do negócio é mais adequado à realidade atual, na qual um ambiente de custo inicial zero faz parte de uma estrutura para proporcionar experiências positivas e interesse por consumo.

"E os clientes que temos conseguido têm mostrado grande potencial de consumo de produtos", disse Menin.

Ainda em 2017, segundo o executivo, o banco deve expandir a oferta de produtos, incluindo consórcios e conta corrente para empresas de pequeno e médio portes, também sem tarifas.

Capital para crescer

Para sustentar a expansão dos negócios, nos últimos cinco anos o Intermedium recebeu três aportes de capital dos Menin, que têm 75 por cento do banco, e de outro acionista minoritário. Isso tem permitido à companhia crescer e dar lucro.

Em 2016, o lucro foi de 25,5 milhões de reais, com rentabilidade sobre o patrimônio de 8 por cento, o que Menin considera satisfatório para uma empresa em crescimento acelerado e de capital fechado.

Para manter o ritmo de expansão, no entanto, Menin diz que novos recursos serão necessários, mas considera menos provável que isso implique a chegada de um sócio estratégico, especialmente se for de um banco de grande porte.

"Teria que haver um grande alinhamento de interesses, mas a natureza do nosso negócio é muito diferente", disse o executivo. "Não faria sentido alguém comprar o banco só para tirá-lo do mercado, seria prejuízo para todos."

Segundo Menin, o modelo de negócios tende a empurrar o Intermedium para o mercado de capitais, onde pretende buscar mais recursos para sustentar o crescimento.

"Estamos endereçando o assunto com cuidado, mas já temos experiência interna sobre o processo por causa da MRV", disse, referindo-se à construtora, que estreou no pregão da Bovespa em 2007. "Não vamos correr, mas também não pode demorar muito."

O Intermedium afirmou que pretende contratar ainda neste ano um segundo membro independente para o conselho de administração da instituição.

Para ajudar a ganhar mais visibilidade, o banco fechou recentemente um contrato de patrocínio com o São Paulo Futebol Clube até o campeonato paulista de 2020.

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