Commerzbank: banco alemão havia dito que a divisão de EMC teve em 2017 a receita bruta de 381 milhões de euros (Commerzbank/Wikimedia Commons)
Reuters
Publicado em 3 de julho de 2018 às 13h38.
Última atualização em 3 de julho de 2018 às 14h26.
Paris/Frankfurt - O francês Société Générale informou nesta terça-feira que comprará os negócios de mercados acionários e commodities (EMC, na sigla em inglês) do Commerzbank, fortalecendo sua presença em áreas como derivativos, enquanto o banco alemão se empenha na venda de ativos não primordiais.
As duas instituições não revelaram o valor da transação, embora o Commerzbank tenha dito que a divisão de EMC teve em 2017 uma receita bruta de 381 milhões de euros.
O Commerzbank, ainda parcialmente pertencente ao governo alemão, vem reestruturando as operações, conforme partes dos negócios enfrentaram dificuldades em meio ao enfraquecimento de mercados e demanda mais lenta por empréstimos.
O SocGen informou que a aquisição impulsionará sua Lyxor, que tem uma forte presença no campo de fundos de índice (ETFs), e elevará seu perfil geral na Alemanha, maior economia da zona do euro.
O banco de investimento do SocGen está sob pressão desde a saída de Didier Valet do comando, em março, por causa de acordo financeiro relativo a uma investigação sobre suposta manipulação da taxa Libor. O segmento teve desempenho relativamente tímido em derivativos de ações, área em que tem sido tradicionalmente forte.
"Além disso, ao complementar a franquia ETF da Lyxor, essa aquisição transformará nossas atividades na Alemanha, uma vez que permitirá ao Société Générale alcançar nova escala na maior economia da zona do euro", afirmou o vice-presidente-executivo do SocGen, Séverin Cabannes.
A venda está em linha com a "estratégia 4.0" do banco alemão, que consiste em desinvestir em ativos não essenciais para levantar capital para a divisão bancária do grupo, de acordo com o presidente-executivo do Commerzbank, Martin Zielke.
"Estamos simplificando nossos negócios, estamos contribuindo para as metas de corte de custos, e estamos liberando capital para beneficiar os negócios principais com clientes privados e corporativos", acrescentou Zielke.
Maior rival do Commerzbank na Alemanha, o Deutsche Bank também se encontra sob pressão recentemente, depois de falhar em testes de estresse nos Estados Unidos.