Negócios

Banco de propina da Odebrecht girou US$ 1,6 bi, diz delator

Em depoimento prestado ao procurador regional da República, o delator declarou ter conhecimento de que o Meinl Bank tem contas operacionais da Odebrecht


	Odebrecht: em depoimento prestado ao procurador regional da República, o delator declarou ter conhecimento de que o Meinl Bank tem contas operacionais da Odebrecht
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Odebrecht: em depoimento prestado ao procurador regional da República, o delator declarou ter conhecimento de que o Meinl Bank tem contas operacionais da Odebrecht (Vanderlei Almeida/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 16h36.

São Paulo - O executivo Vinícius Veiga Borin, novo delator da Operação Lava Jato, afirmou que o Meinl Bank Antigua, supostamente adquirido pela Odebrecht para repassar propinas no exterior, movimentou pelo menos US$ 1,6 bilhão.

Em depoimento prestado no dia 17 ao procurador regional da República Orlando Martello, o delator declarou que "tem conhecimento que o Meinl Bank tem contas operacionais da Odebrecht, da mesma forma em nome de offshores".

Ele não revelou, porém, os nomes das offshores e nem quem as controla.

Vinícius Borin relatou transferências "suspeitas" das contas associadas à Odebrecht que somam ao menos US$ 132 milhões. Ele trabalhou em São Paulo na área comercial do Antigua Overseas Bank (AOB), entre 2006 e 2010.

Borin e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então integrantes do Departamento de Operações Estruturadas - nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo Lava Jato - da Odebrecht para adquirir a filial desativada do Meinl Bank, de Viena, em Antigua, paraíso fiscal no Caribe.

A empreiteira está negociando acordo de leniência. Seu principal executivo, Marcelo Odebrecht, está próximo de acertar delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.

Em seu depoimento, Vinícius Borin disse que "não pode afirmar" que Marcelo Odebrecht tinha conhecimento da estrutura financeira do esquema.

"Mas pelo volume de dinheiro e da estrutura criada considera ser impossível ele (Odebrecht) não ter tido conhecimento de seu funcionamento", argumentou o delator.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas brasileirasNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava Jato

Mais de Negócios

InfinitePay, da CloudWalk, atinge R$ 1 bilhão em crédito concedido a PMEs

Ele abandonou o emprego para comprar uma empresa quase falida – agora fatura US$ 103 milhões por ano

Com olhar feminino às histórias de empreendedorismo, elas já foram ouvidas por 14 milhões de pessoas

Google Cloud lança Startup Hub em São Paulo; veja como se inscrever