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Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2012 às 13h10.
São Paulo – A liquidação do Banco Cruzeiro do Sul, decretada pelo Banco Central nesta sexta-feira, deixará uma marca nada honrosa: o de maior calote dado por uma empresa da América Latina desde 2002, segundo a Moody’s Investors Service.
Isto porque hoje vence uma dívida de 1,6 bilhão de dólares do Cruzeiro do Sul. O vencimento deste compromisso, aliás, foi determinante para que o Banco Central decidisse pela extinção do Cruzeiro do Sul, por recomendação do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), responsável por gerir o banco desde a intervenção, no início de junho.
Nas últimas semanas, o FGC atuava em duas frentes. Em uma, tentava renegociar as dívidas deixadas pelo Banco Cruzeiro do Sul. O ponto de partida foi a constatação de um rombo nas contas da instituição de 2,23 bilhões de reais, apurados pelo Banco Central e pelo FGC.
Desconto
Para cobri-lo, o FGC propôs aos credores do Cruzeiro do Sul que aceitassem descontos de 35% a 60% sobre o valor de face dos papéis. O desconforto dos credores foi tanto, que o jornal britânico Financial Times chegou a chamar a renegociação de “uma história de terror”.
O maior compromisso de curto prazo do Cruzeiro do Sul era a dívida de 1,6 bilhão de dólares que venceu hoje.
Em outra frente, o FGC negociava a venda do banco. O Santander seria a última esperança de salvar o Cruzeiro do Sul. As conversas, porém, teriam terminado nesta sexta-feira sem chegar a um acordo. Sem outros interessados em vista, e sem condições de honrar a dívida em dólar que vence hoje, o FGC decidiu recomendar ao BC a liquidação do banco – decisão comunicada pela autoridade monetária nesta manhã.