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Balança de derivados da Petrobras terá déficit até 2015

Derivados ficarão no vermelho devido à crescente demanda e à limitação na capacidade de refino limitada da petroleira

Por outro lado, a empresa pretende, em 2020, exportar o equivalente a 2,317 milhões de boe e arrecadar 67 bilhões de dólares (Germano Lüders/EXAME.com)

Por outro lado, a empresa pretende, em 2020, exportar o equivalente a 2,317 milhões de boe e arrecadar 67 bilhões de dólares (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2011 às 13h16.

Rio de Janeiro - A balança de derivados da Petrobras terá déficit até 2015, em meio à crescente demanda e à limitação na capacidade de refino, que levam ao aumento das importações no período, disse o presidente da Petrobras nesta quinta-feira.

Segundo ele, entre os fatores que explicam esta estimativa de saldo negativo estão um aumento da demanda bastante acima do PIB frente a uma limitação na capacidade de refino da companhia.

Além disso, Gabrielli frisou que problemas de oferta de etanol no mercado brasileiro no curto prazo aumentam a demanda por outros combustíveis, entre eles a gasolina.

"Vamos provavelmente crescer nossa importação no segundo semestre, porque o mercado continua crescendo e a nossa capacidade de produção está no limite. Como não vai faltar gasolina, nós vamos importar...", afirmou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

O executivo, que participou na noite de quarta-feira de reunião com integrantes do governo para discutir a oferta de etanol, disse que novas importações de gasolina vão ocorrer independentemente de uma possível redução na mistura do biocombustível no combustível fóssil.

Antes da reunião em Brasília, Gabrielli havia sido enfático ao afirmar a jornalistas em São Paulo que uma redução da mistura resultaria em mais importações de gasolina.

"Neste momento, considerando o crescimento do mercado no último semestre até junho, provavelmente vamos ter que importar mesmo que (a mistura de etanol anidro à gasolina) fique em 25 por cento. O mercado está crescendo muito ainda", disse nesta quinta-feira Gabrielli.

O resultado negativo na balança comercial de derivados da companhia previsto até 2015 será tanto em volume quanto em receita, frisou o executivo em coletiva realizada após abertura de seminário nesta quinta-feira no Rio de Janeiro sobre capacitação de mão de obra para o setor.

Ele ressaltou que a venda de automóveis tem crescido a números expressivos, bem como a importação de veículos, que em sua maioria utilizam apenas gasolina.


Pojeção para 2020

Por outro lado, o presidente da Petrobras afirmou que a empresa pretende, em 2020, exportar o equivalente a 2,317 milhões de boe (barris de óleo equivalente) e arrecadar 67 bilhões de dólares --até lá a estatal terá elevado fortemente a sua produção com a entrada em operação de novos campos do pré-sal.

A expectativa de vendas totais da companhia é de 7,142 milhões de boe em 2020.

"Vamos ter uma receita de 67 bilhões de dólares em 2020 só com exportação. Isso sem contar... o mercado interno", disse Gabrielli, durante sua palestra no seminário.

Segundo ele, o cálculo foi feito com base na estimativa de preço do barril do petróleo a 80 dólares.

Crise nos EUA

Sobre a crise norte-americana, Gabrielli afirmou que não falaria sobre hipóteses, mas declarou que um eventual "default" da dívida dos Estados Unidos não teria influência direta nas atividades da companhia, pelo menos no que diz respeito a captações no exterior.

"Em 2009, em plena crise do sistema financeira mundial, talvez no seu pior momento, foi o ano em que a Petrobras mais captou (recursos) na sua história...", disse.

Gabrielli observou que o governo norte-americano tem até 2 de agosto para decidir. "O presidente (Obama) pode baixar o decreto e isso é um problema político deles, mas o que posso dizer é que efeito direto sobre nós não existe." (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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