SuperCoffe 3.0 (SuperCoffe/Exame)
O empresário Bruno Lima sempre foi viciado em café. Desde cedo enfrentou uma rotina exaustiva, entre a faculdade de engenharia civil, estágio em uma empresa do setor, e atividade como empresário iniciada aos vinte anos.
Para aguentar esse dia-dia extremamente puxado, ele abusava do cafezinho. E, obviamente, começou a sofrer dos efeitos colaterais.
"Insônia, irritabilidade, agitação, taquicardia e problemas gástricos começaram a se tornar diários. Além dos dentes constantemente amarelados", conta Lima em entrevista à EXAME.
Em 2018 decidiu procurar uma alternativa ao café. Não achando nada no mercado, decidiu criar a própria.
"Sou fanático por esporte e nutrição, por isso estava fora de cogitação substituir o café por energéticos ou por outros produtos químicos. Tive que criar a solução para meus próprios problemas", conta Lima.
Foi assim que criou o SuperCoffee, uma fórmula que junta café arábica, manteiga ghee e óleo de coco extravirgem.
"O café é um estimulante que dura entre 20 e 30 minutos. A ideia era criar um produto capaz de ir além disso, garantindo energia e atenção ao longo de todo o dia sem ter que tomar muitos cafés. Só que para isso seriam necessários carboidratos, que tem como efeito colateral engordar. Desenvolvendo o SuperCoffee conseguimos seja a energia que a duração ao longo do dia, mas sem os efeitos colaterais do café e dos carboidratos", explica Lima.
Para isso, o empresário adaptou ao Brasil a formula do bulletproof coffee, consagrado produto internacional, aplicando ingredientes brasileiros. E fundou a Caffeine Army, empresa que produz e comercializa o SuperCoffee.
"Contratamos uma equipe de engenheiros de alimentos para desenvolver o produto, e inserimos a cafeina em uma molécula de gordura, que a solta gradativamente no organismo ao longo do dia. Por isso é suficiente tomar apenas um SuperCoffee de manhã para ter energia o dia todo. Todos os ingredientes que usamos são naturais e promovem um boost na parte física e cognitiva sem causar ansiedade ou excitação descontrolada", conta o engenheiro.
Só que com a inovação, chegou o primeiro problema: a burocracia brasileira.
"Foi muito difícil obter todas as autorizações da Anvisa, pois boa parte dos ingredientes são importados, e não tinham registros no Brasil. Hoje está tudo reitorado, mas tivemos que resolver muita burocracia antes de conseguir chegar ao mercado. Foi complicado", conta Lima.
Além disso, apareceram outros dois obstáculos: a praticidade e o sabor.
"A primeira versão do SuperCoffee não prática e nem tão saborosa. Era necessário bater no liquidificador café, manteiga e óleo de coco. Nem todo o mundo tinha disposição para isso. Sem contar que os produtos eram vendidos em prateleiras diferentes nos supermercados, o que complicava ainda mais a operação", diz.
Por isso, foi necessário aprimorar a fórmula ao longo dos anos, chegando na atual versão 3.0, com um pó que une os ingredientes e que só precisa ser misturado com água. Além de ter um sabor muito melhor.
"Hoje o produto é composto por 12 ingredientes, oito a mais que a fórmula anterior, e consegue aumentar o metabolismo em até 11%, acelerando a perda de gordura e ampliando a capacidade de concentração", explica o empresário.
Com as melhorias no produto veio também o sucesso nas vendas. E a Caffeine Army cresceu 1000% em 2020, 300% em 2021, faturando R$ 160 milhões, e tem previsão de dobrar as receitas em 2022, com mais de dois milhões de latas comercializadas.
Hoje a Caffeine Army tem cerca de 200 funcionários, com uma planta de produção e um centro de distribuição em São Paulo.
Cerca de 70% das vendas são realizadas nas mais de sete mil lojas físicas que distribuem os produtos, enquanto 30% do faturamento vem do on line graças também a maciças campanhas de marketing e a fama que o SuperCoffee obteve entre os influenciadores digitais, principalmente fitness. Hoje a marca tem cerca de 386 mil seguidores nas redes sociais.
"Antes de desenvolver o SuperCoffee, a Caffeine Army era um blog sobre nutrição e lifestyle, por isso a empresa já nasceu focada no mercado digital. Quando chegou a pandemia de Coronavírus, já estávamos preparados para atender a demanda on line, que explodiu", conta Lima.
Com o fima da fase mais aguda da pandemia, a empresa está trabalhando em um modelo de varejo cada vez mais físico, abrindo lojas próprias para que o público possa conhecer o produto.
Além disso, ao carro-chefe se juntaram outros produtos, como barras energéticas e monodoses, "e estamos desenvolvendo cápsulas para máquinas de café de escritórios", diz Lima.
Mas a Caffeine Army não vai parar no mercado brasileiro. O próximo passo são os Estados Unidos, onde já foi montada uma equipe em Los Angeles para o desembarque da marca.
"As vendas nos Estados Unidos vão começar via Amazon e Shopify, com o nome Caffeine Army - Smart Energy Coffee, mas a ideia é expandir o negócio no maior mercado do mundo para o setor de integradores energéticos", explica Lima.