A B2W continua investindo em ter todo o tipo de produtos e entregar no menor prazo possível (Luis Ushirobira/Site Exame)
Karin Salomão
Publicado em 30 de outubro de 2020 às 14h45.
Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 14h55.
A B2W, dona das operações digitais da Americanas.com, Submarino e Shoptime, bateu recordes de vendas no terceiro trimestre do ano. A empresa reportou volume geral de vendas de 7,26 bilhões de reais, alta de 56%, receita de 2,66 bilhões de reais, crescimento de 58,5% e geração de caixa de 161 milhões de reais, quase 80% a mais que no mesmo trimestre do ano anterior. O aumento nas vendas foi maior do que o esperado pelo mercado.
Já a sua controladora, a Lojas Americanas, reportou aumento de 31,1% no volume geral de vendas, alta de 21% na receita, de 5,13 bilhões de reais, e lucro 3,5% maior, de 49,9 milhões de reais. O resultado da Lojas Americanas ainda foi impactado pela pandemia e fechamento de algumas lojas, o que aos poucos se normaliza.
Apesar disso, as ações das duas empresas estão em queda. A B2W caía 7,2% às 14h e a Lojas Americanas, 5,1%.
Apesar do crescimento forte no comércio eletrônico, a alta foi menor do que a vista no trimestre anterior, de 79%. Além disso, alguns analistas acreditam que a B2W pode ter um crescimento menor que alguns concorrentes, como Magazine Luiza - que divulga resultados no dia 9 de novembro - e Mercado Livre - com resultados agendados para o dia 4 de novembro. "Apesar do resultado sólido, esperamos que a B2W perca participação de mercado em relação às quatro maiores empresas", escreveu o banco Credit Suisse em relatório.
A B2W diz que cresceu acima do mercado, que teve alta de 43,5% no trimestre de acordo com a Ebit/Nielsen, e que ganhou participação de mercado, principalmente em cima de competidores menores.
Na B2W, o destaque do trimestre foi o crescimento de sua operação própria, com alta de 59% nas vendas em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Sua operação de marketplace cresceu 55%, com 56,1 milhões de itens à venda, quase três vezes mais que há um ano, e o número de vendedores aumentou em 10.000, chegando a quase 80.000 ao final do trimestre. A empresa alcançou 20,8 milhões de clientes ativos no período.
A B2W continua investindo em ter todo o tipo de produtos e entregar no menor prazo possível. Cerca de 33% das compras foram entregues em menos de 24 horas. A empresa lançou seu programa de assinatura, Americanas Mais, que traz três vezes mais compras e recorrências entre seus clientes, e está avançando na categoria de mercados, com a compra da startup de supermercado online Now, já presente em 43 cidades e com delivery até de bicicletas elétricas. O crescimento de seu ecossistema e o fortalecimento em categorias de alta recorrência
"Parte da migração do offline para o online deve perder terreno nos próximos meses, com a reabertura plena das lojas físicas, e ainda há um ambiente macroeconômico volátil, mas há também uma tendência positiva para plataformas com uma grande variedade de itens, tráfego na sua plataforma e foco nos níveis de serviço", diz o BTG em relatório.
O Credit Suisse acrescenta que há iniciativas ainda em amadurecimento, que podem gerar mais valor quando estiverem desenvolvidas, como crédito para vendedores, com financiamento pré-aprovado de 745 milhões de reais, a fintech Ame Digital, que chegou a um volume de transações de 1,1 bilhão de reais, crescimento de quase cinco vezes da divisão de marketing B2WAds, entre outras.
Para o ano que vem, a empresa pretende crescer ainda mais. Em julho, a empresa aprovou um aumento de capital de 4 bilhões de reais, encerrado em setembro. "Com a evolução das nossas iniciativas O2O (offline to online, ou de integração entre os canais), espasmos super confortáveis e prontos para acelerar o crescimento, que no futuro deve ser ainda mais acelerado do que o que apresentamos até agora", afirmou Raoni Lapagesse, diretor de relações com investidores em teleconferência sobre os resultados. Apesar do crescimento robusto até então, o melhor ainda está por vir, acredita a empresa.