Azul: empresa prevê voos em 20 novos destinos em 2011
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 17h12.
São Paulo – A Azul fechou 2010 com participação de cerca de 6,05% no mercado brasileiro de aviação, segundo dados da Anac. Para esse ano, a empresa quer cerca de 12%, segundo David Neeleman, fundador da companhia aérea. A Azul transportou cerca de 4,5 milhões de passageiros em 2010. O objetivo para 2011 é transportar cerca de 9,5 milhões.
A porcentagem parece pouco perante a participação de cerca de 42,8% da TAM e de cerca de 39,5% da Gol em 2009, mas seria a primeira vez desde junho de 2006, que o Brasil teria três companhias aéreas com market share de dois dígitos nas rotas nacionais. Em junho de 2006 o grupo Varig teve participação de 10,51%. No mês seguinte essa fatia já havia caído para 3,54%.
“Quando você tem duopólio em um país, muitas coisas sofrem; a malha, há tarifas mais altas, porque com o duopólio você só tem que fazer o que o outro faz, não precisa fazer mais nada”, disse David Neeleman, fundador da Azul. Com 6,05% de participação em 2010, a Azul passou a Webjet (que obteve 5,87%). Em 2009 A Azul terminou o ano com participação de 3,82%, atrás dos 4,46% da Webjet. “Não importa (o market share) de onde eu não tenho voos. Sou líder de market share em 95% das minhas rotas”, disse Neeleman.
Para atingir esse resultado, a Azul planeja sua expansão para esse ano. Em 2010, a empresa encomendou 40 turboélices ATR 600, que devem começar a ser recebidos no final desse ano. Até lá, aeronaves ATR 200 serão usadas em novas rotas. A empresa não divulgou quantas serão usadas no total, mas no próximo dia 1º de março chegam três aviões que serão usados em duas novas rotas, para Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
Impostos
A empresa prevê voos em 20 novos destinos em 2011, que serão decididos dentre 40 cidades pré-selecionadas. Um dos fatores que pode auxiliar a companhia nessa decisão é a redução de ICMS para combustíveis. "O combustível no Brasil é 50% mais caro que nos EUA e Europa por causa dos impostos", disse Neeleman.
Os estados brasileiros cobram diferentes alíquotas de ICMS sobre o combustível dos aviões. As alíquotas do tributo variam de cerca de 3% a 25%. Em São Paulo a alíquota é de 25% e no Rio de Janeiro ela cai para 3%, por exemplo.
O combustível representa 45% do custo para a Azul, segundo Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da empresa. Em São Paulo, por exemplo, 10% do custo é o ICMS do combustível, segundo o diretor. Os estados destacados pela empresa pelos seus voos com ICMS menor são: Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Goiás.
“Está dando resultados”, disse Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul, sobre essa política de ICMS diferenciado nos estados. “O problema é infra-estrutura, nem todos os estados tem aeroportos com infra-estrutura para isso”, concluiu o diretor.