Negócios

Azul prevê ter 10%-11% do mercado brasileiro em 2011

A empresa elevou sua participação média de 3,7 por cento em 2009 para 6 por cento em 2010, investindo no crescimento fora dos grandes centros

Avião da Azul (Divulgação)

Avião da Azul (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2011 às 20h12.

São Paulo - A Azul estima encerrar 2011 com uma participação no mercado brasileiro de aviação entre 10 e 11 por cento, crescendo num ritmo mais rápido que as veteranas TAM e Gol, afirmou o presidente da terceira maior companhia aérea do país, Pedro Janot.

A empresa elevou sua participação média de 3,7 por cento em 2009 para 6 por cento em 2010, aproveitando um crescimento do mercado doméstico fora dos grandes centros, notadamente no interior de São Paulo, que vem recebendo grandes empreendimentos como fábricas de veículos de montadoras como Toyota e Hyundai.

O crescimento da participação acontece junto com a expansão da frota da empresa formada atualmente por 27 jatos da Embraer (modelos 190 e 195) e 2 turboélices da francesa ATR. O plano de frota prevê 86 jatos da Embraer e pelo menos 20 aviões modelo ATR 72-600 até 2015.

É nessa expansão do interior que a empresa vem apostando seu desenvolvimento, inclusive com ofertas de viagens em volume para empresas. "O que está acontecendo no interior de São Paulo é que as decisões sobre essas novas unidades fabris estão incluindo também áreas administrativas, que antes ficavam concentradas na capital", disse Janot à Reuters no final da terça-feira.

"Cada empresa que chega, a gente oferece um pacote com uma relação de preço e volume (de viagens)", acrescentou.

Nesse sentido, Janot afirmou que a Azul está em "namoro avançado" com o Magazine Luiza para usar as lojas da rede de varejo, concentrada no interior de São Paulo, para venda de passagens. Ele evitou dar detalhes das conversas.

"É um namoro bem avançado, as companhias têm muita coisa em comum e esse projeto de venda de tíquetes aéreos e pacotes de viagem está bem encaminhado."

O executivo ilustrou a expansão do interior descrevendo o movimento do aeroporto de Viracopos em Campinas (SP), principal base de operação da Azul. De 2008, início da operação da empresa, ao final de 2010, o movimento de passageiros passou de 800 mil para 5,4 milhões, um salto de quase sete vezes que foi em parte impulsionado pela Azul.


Atualmente, o aeroporto --que ganhou autorização para ser ampliado para se tornar o maior da América do Sul-- abriga também as nacionais TAM, Gol e Trip e as internacionais Pluna (Uruguai) e TAP (Portugal), que chegaram no segundo semestre do ano passado.

Pluna e TAP foram as primeiras companhias a operarem voos internacionais regulares em Viracopos após mais de 20 anos sem voos para fora do Brasil partindo do aeroporto. De olho nesses novos passageiros internacionais, a Azul está trabalhando para "desenvolver uma relação" com as duas companhias, de modo a distribuir os clientes das empresas pelo Brasil.

"Faz todo o sentido, essas companhias precisam estar num aeroporto que conecte com o Brasil. Agora a gente precisa estreitar laços", disse Janot. "Ainda não há uma data (para eventual parceria)... Por ora temos uma parceria de serviços, para dar mais conforto aos clientes, por exemplo."

Segundo Janot, outras companhias aéreas internacionais já consultaram a Azul informalmente sobre voos para Viracopos.

Evitando comentar números, o executivo afirmou que não espera uma repetição de guerra de preços ocorrida no terceiro trimestre do ano passado que acabou envolvendo a Azul.

"Normalmente você tem uma guerra tarifária em uma rota, numa região, mas aquela foi no Brasil inteiro. Foi uma perda de dinheiro para todos os lados, mas isso já não faz mais sentido", disse Janot.

"O produto aéreo tem muita elasticidade a preço, então qualquer movimento brusco de qualquer companhia acaba movendo o mercado em uma direção e você tem de acompanhar para não ficar fora do mercado", acrescentou.

Ele evitou fazer previsões para yield, indicador que mede o preço cobrado por passagens aéreas, afirmando apenas que o comportamento do índice para a empresa está dentro do planejado pela Azul. Em termos de taxa de ocupação, a empresa segue apostando em média no ano entre 80 e 85 por cento.

Janot afirmou ainda que a Azul está gerando caixa suficiente para dar conforto para a empresa tomar decisão de fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) "no melhor momento", se ela for necessária. A rival WebJet encaminhou um pedido de registro de companhia aberta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira.

"Estamos preparando a companhia internamente para um IPO, apertando os parafusos, mas não tem nenhuma data específica para acontecer. Já estamos no terceiro ano da companhia e temos que arrumá-la para fazer qualquer movimento dessa ordem."

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoAzulcompanhias-aereasCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEmpresasSetor de transporte

Mais de Negócios

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões