Negócios

Azul não é obrigada a comprar da Embraer, diz executivo

Esta semana, a empresa ameaçou desistir de uma encomenda de 30 jatos Embraer E-2, modelo que chega ao mercado em 2018


	Embraer: a empresa pretende competir por contratos com outras companhias além da Azul
 (Porneczi/Bloomberg)

Embraer: a empresa pretende competir por contratos com outras companhias além da Azul (Porneczi/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 13h52.

Rio - A Azul não é obrigada a adquirir aviões da Embraer, reforçou nesta quarta-feira, 12, Nelson Salgado, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da fabricante de aeronaves, após participar de evento no Rio.

Esta semana, a Azul ameaçou desistir de uma encomenda de 30 jatos Embraer E-2, modelo que chega ao mercado em 2018, com opção de compra de mais 20 aviões, por discordar da proposta de retirar o limite de subsídio para os voos regionais.

O Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (Pdar) previa o pagamento de subsídio a metade dos assentos, com limite de 60 assentos por voo, mas houve proposta para eliminar o teto, o que provocou a reação da Azul.

Após a polêmica, o texto foi aprovado no formato original, com limitação para o número de lugares subsidiados.

"A Azul não tem obrigação nenhuma de comprar avião da Embraer. Se ela chegar à conclusão de que deve comprar avião de outro tipo, ela vai fazer isso e nós vamos seguir nossa vida tocando o negócio", disse Salgado, em linha com as declarações do presidente da Embraer, Frederico Curado.

Até o momento, o contrato da compra dos aviões não foi fechado, há apenas uma carta de intenções, segundo o executivo.

"Competimos em aviação regional no mundo inteiro, com japoneses, russos, com todo mundo. Se o mercado for desenvolvido no Brasil, nós vamos competir aqui também. Se não for desenvolvido, como disse nosso presidente ontem, a vida continua. Estamos acompanhando o processo, não é nada de vida ou morte", acrescentou o vice-presidente.

Segundo ele, com o desenvolvimento do mercado de aviação regional, a Embraer pretende competir por contratos com outras companhias além da Azul.

Com a aprovação do plano de aviação regional, Salgado disse que as próximas etapas envolvem a definição, pelas companhias aéreas, do tipo de avião adequado para cada rota, seja de pequeno, médio ou grande porte. De acordo com ele, a escolha deve depender da densidade (ou seja, a procura) da rota.

"O que os incentivos não podem fazer é distorcer essa escolha e fazer com que alguém selecione um avião diferente por conta do tipo de incentivo", disse o executivo.

"Eu acho que poderia levar a distorção, sim", acrescentou, quando questionado sobre o dispositivo de limitar o subsídio a 60 assentos.

Apesar disso, ele não vê a Embraer como a maior beneficiada. "Não só a Embraer, todos os produtos menores apropriados para aviação regional. Não existe um centavo de imposto de importação (sobre aviões)", citou o executivo.

Além dos subsídios, o Pdar - estabelecido pela Medida Provisória 652 - liberou o capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras, permitindo que grupos estrangeiros sejam donos de 100% de uma empresa aérea no Brasil, e a construção de aeroportos privados para uso público.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoAzulcompanhias-aereasEmbraerEmpresasEmpresas abertasempresas-de-tecnologiaSetor de transporte

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem