São Paulo - O lucro recorde de 6,4 bilhões de reais do Itaú Unibanco foi bem recebido pelos analistas, mas não foi suficiente para que os números fossem lidos com total despreocupação. Do lado negativo, o que mais chamou a atenção do mercado foi o aumento de 13% nas despesas não decorrentes de juros no segundo trimestre. A conta passou de 6,722 bilhões de reais, no primeiro trimestre, para 7,570 bilhões.

Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o incremento foi de 11%. Em relatório assinado pela analista Laura Lyra Schuch, a corretora Ativa observa que esse aumento é preocupante, já que 2010 é o ano em que a fusão do Itaú e do Unibanco deve render a maior parte das sinergias previstas - 80% do total, para ser mais preciso.

O banco justificou essas despesas com o aumento dos gastos de propaganda relacionados à Copa do Mundo da África do Sul, e aos maiores custos de migração das agências. No relatório, a Ativa afirma esperar que não ocorram novos aumentos de despesas nos próximos trimestres.

Pontos positivos

A corretora classificou como positivo o aumento da carteira de crédito do banco. Os 296,2 bilhões de reais com que a instituição encerrou junho representam uma alta de 4% sobre o início do ano, e de 11% sobre o segundo trimestre de 2009.

Apesar desse avanço, a Ativa destacou a queda do índice de inadimplência acima de 90 dias. O indicador ficou em 4,6%, uma redução de 0,3 ponto percentual no trimestre. "Ressaltamos que a inadimplência acima de 60 dias também apresentou melhora na comparação trimestral, o que ratifica o fôlego para a permanência de trajetória decrescente desse índice para os próximos períodos", afirmou a Ativa.