Whoosh: startup nasceu na Rússia e já está em outras cidades brasileiras, como Rio, Porto Alegre e Florianópolis (Whoosh /Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 15h23.
Depois do trânsito de carros, motos, ônibus e bicicletas, habitantes da Faria Lima, preparem-se: os patinetes elétricos estarão de volta entre vós.
E não só por ali no distrito econômico da capital paulista. O compartilhamento desses veículos irá retornar a diversas regiões de São Paulo já em novembro.
A responsável pela volta é a startup russa Whoosh, que chega trazendo 50 milhões de reais em investimentos para o projeto na capital.
E a operação já chega com fôlego: vão ser 1.500 patinetes inicialmente, com previsão de chegar a 3.500 nos próximos três meses.
Eles estarão disponíveis nos bairros
Só que desta vez, as coisas estão diferentes: as patinetes estarão credenciadas e regulamentadas pela prefeitura. Ou seja, estão com tudo para evitar o caos da primeira tentativa lá em 2019, quando patinetes largados nas calçadas e até furtos tornaram o modelo insustentável. Não à toa, as empresas que tentaram lá, quebraram. A americana Lime não resistiu nem seis meses de operação e anunciou a saída em 2019. No mesmo período, a brasileira Yellow fundiu a operação com a mexicana Grin, criando a Grow, empresa que chegou ao fim após a Justiça de São Paulo decretar a sua falência em 2023.
“Nosso compromisso é uma operação ordenada e 100% de acordo com as exigências locais e as regras do Contran”, comenta Francisco Forbes, CEO da Whoosh no Brasil.
E dessa vez, eles estão mesmo mais preparados. Os patinetes vêm equipados com um sistema de geolocalização, além de balança para limitar o número de pessoas (é para andar sozinho mesmo), e terão ainda estacionamento designado em cerca de 470 pontos na cidade.
Para começar o trajeto, o usuário paga 2 reais pelo desbloqueio e R$ 0,80 por minuto do uso do patinete, com a opção de fazer o pagamento por Pix ou cartão de crédito. E os interessados podem localizar e reservar os patinetes pelo aplicativo da Whoosh, que também indica os pontos de devolução e permite verificar a bateria.
As patinetes têm uma velocidade máxima limitada a 20 km/h, e, em algumas áreas, são implementados limites de velocidade menores para maior segurança de todos. Ao ingressar nessas zonas, a patinete detecta a restrição e ajusta automaticamente sua velocidade.
Além do foco na mobilidade urbana, a Whoosh não esquece da educação dos usuários. Antes de cada novo cadastro, a empresa orienta sobre o uso correto dos patinetes e sobre as normas de trânsito, além de promover campanhas educativas para garantir o uso seguro e evitar acidentes.
Além disso, agentes de campo estarão disponíveis em toda a cidade, assegurando tanto a segurança dos usuários quanto a integridade dos equipamentos.
Para se conectar melhor ao dia a dia da cidade, a empresa também quer integrar seus serviços ao transporte público de São Paulo, facilitando os deslocamentos na famosa última milha. “Nossa ideia é complementar o trajeto diário dos paulistanos, ligando nossos pontos ao metrô e estações de ônibus,” diz Forbes.
A Whoosh entrou no Brasil no ano passado, quando abriu operações em Florianópolis, em Santa Catarina, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
No comando, está Francisco Forbes, investidor local e CEO da Whoosh. O empreendedor foi um dos fundadores da Infracommerce e passou os últimos anos no projeto Hyperloop - iniciativa de transporte ultrarrápido de Elon Musk recém-descontinuada - período em que conheceu a Whoosh.
Lançada na Rússia em 2019, a empresa usa o apelo de micromobilidade urbana e abriu o IPO na Bolsa de Moscou, em 2022.
Chamado de ‘louco’ pelos amigos para investir em patinetes, Forbes afirma que a nova operação buscou aprender com os erros do primeiro boom dos patinetes por aqui.
Para o CEO da Whoosh, o momento é oportuno: com a regulamentação oficial, a empresa espera uma expansão acelerada em São Paulo e em outras capitais.
Com a meta de 50.000 patinetes em 2026, a empresa visa não apenas trazer mais uma opção de transporte, mas também ajudar na redução das emissões de carbono nas grandes cidades, oferecendo uma alternativa sustentável para a mobilidade urbana.