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Assista o cliente

Um olho na tela, outro na platéia

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h25.

"A ignorância", diz um conformado Cypher, personagem do primeiro filme da trilogia Matrix, "é uma bênção." O cinéfilo há de discordar. Principalmente se é sócio de uma daquelas locadoras em que os atendentes fazem confusão entre o clássico Nascido para Matar, de Stanley Kubrick, as séries Desejo de Matar, com Charles Bronson, e Duro de Matar, com Bruce Willis. A 2001 Vídeo, locadora com quatro lojas na cidade de São Paulo, tem um programa de treinamento feito para evitar embaraços dessa natureza. Os funcionários recebem aulas mensais de cinema -- tanto sobre os sucessos de agora quanto sobre os clássicos, que são parte importante do catálogo de 13 000 títulos da locadora.

"Nossa intenção não é criar atendentes pedantes", diz Maria Pinho, responsável pelos treinamentos. "É formar profissionais que possam atender bem qualquer que seja o gosto do cliente." Trata-se, também, de uma tentativa de criar identificação entre vendedor e cliente. No curso, os 50 funcionários das lojas são reunidos por 2 horas e assistem a trechos dos títulos que estão entrando no catálogo. Há aulas sobre filmes que estão fora do circuito comercial e sobre diretores importantes. Em outubro, o escolhido foi o cineasta italiano Federico Fellini. Em novembro, será a vez do inglês David Lean, diretor de Lawrence da Arábia. "Sempre indicamos filmes que devem ser vistos para reforçar o curso", diz Maria. Cada funcionário tem direito a levar para casa um filme por dia e três no fim de semana. "Quem não assiste e fica por fora é cobrado pelo cliente na loja", diz Alex Cruz, atendente na avenida Paulista.

Dos 55 funcionários, 26 são universitários. Três fazem faculdade de cinema. Cada unidade, em que são alugados cerca de 17 000 filmes por mês, tem um indicador de vídeo -- um especialista em cinema que supervisiona os outros atendentes. "Além de assistir a dois filmes por dia, tenho de procurar conhecer o gosto de cada freqüentador da loja", diz Guilherme Inhesta, indicador da unidade Sumaré -- um cinéfilo que tem por obrigação prestar atenção na platéia.

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