Bill Gates (Chesnot/Getty Images)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 11h21.
A única pessoa que perdeu tanto patrimônio líquido quanto Elon Musk em 2025, é Bill Gates — e, no caso do fundador da Microsoft, a queda ocorreu por um motivo muito diferente: ele está doando sua fortuna.
Musk, CEO da Tesla e nome principal da SpaceX, viveu um ano dramático. No final de 2024, seu patrimônio foi estimado em US$ 432 bilhões, já em queda em relação ao recorde histórico de US$ 486 bilhões, mas ainda muito acima de qualquer bilionário.
O declínio contínuo no ano seguinte, chegando a cerca de US$ 357 bilhões — uma redução de US$ 75 bilhões em poucos meses. Esse tombo se deve, em grande parte, à desvalorização expressiva das ações da Tesla: o papel da montadora caiu mais de 18% somente no ano, afetado por quebras de vendas na Europa e China, revisões negativas de analistas, boicotes após discordâncias políticas e protestos contra Musk — inclusive com episódios de vandalismo a showrooms e pontos de recarga.
O balanço do segundo trimestre revelou uma queda de 16% na receita automobilística, em comparação ao mesmo período do ano anterior, e os lucros foram 17% menores, mostrando que, apesar das receitas de energia e outros serviços, o coração do negócio vacilou fortemente.
Apesar dos altos e baixos, Musk segue na primeira fileira no ranking global de bilionários, sendo o principal controlador da Tesla (ainda uma das maiores empresas do planeta, embora pressionada), dono de participações na SpaceX (avaliada em mais de US$ 175 bilhões), além de outros negócios como Neuralink, The Boring Company e X (antigo Twitter).
Paralelamente, Bill Gates, cofundador da Microsoft, também viu uma queda brusca em seu patrimônio líquido. No início de julho de 2025, sua riqueza foi recalculada de aproximadamente US$ 175 bilhões para US$ 124 bilhões, segundo o índice de bilionários da Bloomberg.
Essa redução, no entanto, não foi causada por perdas empresariais, mas pelo comprometimento filantrópico: após anunciar que vai doar praticamente toda a sua fortuna, incluindo US$ 100 bilhões transferidos à Fundação Bill e Melinda Gates, seu valor declarado despencou — resultado de uma recalibração para refletir a saída desses recursos do universo privado de Gates para o patrimônio da fundação.
Diferente de Musk, a decisão de Gates segue um plano de doação definitiva: a meta é que o fundo filantrópico invista nada menos que US$ 200 bilhões em iniciativas globais de saúde, educação e combate à desigualdade até ser completamente gasto e encerrar as atividades dentro de 20 anos[attached_fileortante enfatiza o contexto dos negócios esses dois titãs. A
Microsoft, empresa fundada por Gates em 1975, atingiu em 2025 valor de mercado próximo de US$ 3,2 trilhões, sendo a empresa mais valiosa do planeta em alguns momentos do ano.
Mesmo após deixar a gestão executiva, Gates conseguiu lucrando com ações, mantendo influência direta e indireta no setor de tecnologia global.
Já a Tesla, principal ativo de Musk, alcançou (e superou) o trilhão de dólares em avaliação, mas viveu alta volatilidade, refletida diretamente na fortuna do CEO.
O contraste entre Musk e Gates não está apenas na queda dos patrimônios, mas na razão dessa perda: enquanto Musk vê seu império oscilar ao sabor da Bolsa, decisões políticas e mudanças no cenário industrial automotivo e tecnológico, Gates reduz sua fortuna por decisão própria, guiado pelo desejo de devolver à sociedade parte significativa da riqueza acumulada.
Gates deixou clara a intenção de não morrer bilionário, defendendo que outros gigantes sigam seu exemplo de filantropia em prol de causas globais que vão muito além do impacto de qualquer empresa privada.