Negócios

Assembleia da Portugal Telecom tem 68% dos acionistas

Lisboa - A assembleia de acionistas da Portugal Telecom (PT) abriu formalmente a sessão que analisa hoje a venda da brasileira Vivo à Telefónica por 7,150 bilhões de euros. Os títulos da PT tinham registrado uma forte alta logo após abertura da Bolsa de Lisboa, que chegou a superar os 8%, diante da expectativa de […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Lisboa - A assembleia de acionistas da Portugal Telecom (PT) abriu formalmente a sessão que analisa hoje a venda da brasileira Vivo à Telefónica por 7,150 bilhões de euros.

Os títulos da PT tinham registrado uma forte alta logo após abertura da Bolsa de Lisboa, que chegou a superar os 8%, diante da expectativa de os acionistas aceitarem a oferta da empresa espanhola, que aumentou sua oferta de 6,5 bilhões de euros poucas horas antes do início da assembleia.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal decidiu que a cotação em bolsa da PT ficasse suspensa desde o início da assembleia, que começou com quase uma hora de atraso, às 11h no horário local (7h em Brasília).

Com a presença de acionistas inferior a previsão, ganha força o "núcleo duro" português da companhia, que controla diretamente um quarto dos títulos e tinha se mostrado contrário à venda da Vivo na oferta anterior da Telefónica, de 6,5 bilhões de euros.

A Presidência da assembleia não se pronunciou ainda sobre a possibilidade de que os títulos da PT pertencentes à Telefónica (10%) sejam privados de voto por conflito de interesses, o que reduziria ainda mais o percentual de ações necessárias para decidir a operação.

Os acionistas do antigo monopólio luso das comunicações decidem se vendem à empresa espanhola 30% que tem na brasileira Vivo através da Brasilcel, uma sociedade que controla junta com a Telefónica.

Ao entrar na reunião, o presidente da PT, Zeinal Bava, que criticou a oferta da Telefónica, disse aos jornalistas que hoje é o dia em que acionistas devem falar.

Bava havia considerado insuficiente a oferta anterior da Telefónica pela Vivo e demonstrou sua contrariedade à venda, da mesma forma que os principais acionistas portugueses da companhia pelo valor "estratégico" que a empresa brasileira tem para PT. Mas nenhum se pronunciou sobre a elevação da oferta da operadora espanhola, que foi divulgada no início da madrugada.


Telefónica elevou pela segunda vez a oferta pela Vivo, que em 1º de junho aumentou para 6,5 bilhões de euros após um primeiro aporte de 5,7 bilhões de euros anunciado três semanas antes.

Segunda-feira a empresa espanhola sofreu um revés quando a CMVM colocou em dúvida a venda efetiva de 8% das ações da PT em poder da Telefónica e considerou que deviam ter direitos de voto.

Telefónica se desfez em 23 de junho dos títulos e ficou com 2,02% da PT, o que o mercado considerou uma tentativa de evitar que as ações fossem excluídas da votação de hoje por conflito de interesses.

Mas a decisão do regulador pode permitir o bloqueio dos direitos de voto desses títulos, agora em poder do banco suíço UBS (5,84%) e da gerente americana TPG-Axon Capital (4,24%).

Os principais acionistas portugueses da companhia são o grupo financeiro Espírito Santo (7,99%), o banco estatal Caixa Geral (7,3%), Ongoing (6,74%), Visabeira (2,01%) e Controlinveste (2,28%).

Entre os acionistas estrangeiros, além dos compradores dos títulos da Telefónica, destacam o fundo americano Brandes Investment Partners (7,89 %) e o grupo britânico Barclays (2%).

O Governo português, que tem ações especiais com direitos de veto na PT, não revelou se os usará para evitar a venda da Vivo, mas anunciou que a Caixa Geral votará com suas ações ordinárias contra da operação.


Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas espanholasServiçosVivo3GTelecomunicaçõesOperadoras de celularTelefônicaNegociações

Mais de Negócios

Ela trocou uma carreira promissora na cidade grande para construir um negócio milionário no interior

Com alta do ChatGPT, OpenAI pode valer US$ 500 bilhões com venda de ações por funcionários

Aos 34 anos, ele vendeu sua startup por US$ 80 milhões quatro meses após lançamento

Venezuela, El Salvador e Paraguai: os próximos destinos da H&M, após o Brasil