Negócios

Asfalto que é aplicado até debaixo de chuva faz crescer faturamento da Itarrubi

Único Asfalto gera economia em relação ao asfalto comum; companhia estima receita 200% maior neste ano

Com a possibilidade de ser estocado, Único Asfalto facilita a logística e a aplicação em lugares mais distantes (Nicolas Raymond/Stock Xchng)

Com a possibilidade de ser estocado, Único Asfalto facilita a logística e a aplicação em lugares mais distantes (Nicolas Raymond/Stock Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2011 às 18h00.

São Paulo – Como se não bastasse o efeito prejudicial das chuvas na qualidade das estradas, é também por causa delas que operações “tapa-buraco” são adiadas, dando ainda mais dor-de-cabeça a motoristas e às autoridades. A necessidade de aplicar o asfalto em temperaturas acima de 110 graus também é um fator que dificulta o trabalho em grandes quantidades e acaba gerando desperdício de material, que não pode ser usado depois de esfriar. Mas um tipo novo de asfalto acabou com esses problemas.

O chamado Único Asfalto, marca da Itarrubi Tecnologia em Construção, tem propriedades químicas que permitem que ele possa ser aplicado em locais molhados e em baixas temperaturas, além de poder ser estocado – diferentemente do asfalto comum. “O asfalto normal que todo mundo usa é volátil, endurece com a temperatura. Se você quer fazer uma avenida, tem que fazer todo o trabalho com o material quente, acima de 110 graus”, afirma Jorge Coelho, diretor e desenvolvedor da marca.

Desde junho do ano passado sendo comercializado pela Itarrubi, o Único Asfalto fez crescer em 20% o faturamento da empresa. A previsão para o final de 2011 é ainda melhor. A companhia espera ter um faturamento 200% maior do que o registrado em 2010. Todo esse rendimento se deve à possibilidade de estocar o material, sem a necessidade de aplicá-lo na mesma hora em que foi produzido, como acontece com o tipo mais comum.

Com isso, o desperdício cai, já que as empresas podem aplicar o asfalto em distâncias maiores e fazer mais aplicações de uma só vez, sem o perigo de demorar mais do que o esperado e perder a temperatura. Além disso, a fabricação do asfalto costuma ser feita em grandes quantidades e, quando não pode ser guardado para uso posterior, as perdas são bem maiores. A economia calculada pela Comgás, uma das clientes da empresa, é de 49 reais hora/vala, em relação ao asfalto comum.

Independência

Jorge Coelho, que é publicitário por formação, conta que, antes de criar o material, ele importava para o Brasil um tipo de asfalto com características semelhantes, mas que, por suas especificidades não tinha condições de ser fabricado no país. Depois de muita observação e trabalho no chão de fábrica, Coelho chegou a uma fórmula que pode ser fabricada por qualquer empresa do ramo.

Hoje, o Único Asfalto é aplicado por grandes empresas como a Ecovias, Ecopistas, Autoban e Petrobras, além de prefeituras de cidades paulistas, incluindo a capital, e, dentro de cerca de duas semanas vai se tornar uma empresa independente – a Itarrubi vai se tornar uma cliente, como as outras. A partir daí, a marca vai administrar seus próprios direitos de propriedade intelectual, vai fornecer o aditivo que dá ao asfalto essas características e prestará consultoria às empresas que quiserem aplicar o novo produto.

Acompanhe tudo sobre:Setor de transporteEstradasTransportesInovaçãoPatentes

Mais de Negócios

Parque temático reproduz vila erguida pelos primeiros imigrantes italianos na Serra Gaúcha, em 1875

Plataforma amplia serviços com foco nos empreendedores de pequeno porte, responsáveis por 30% do PIB

Esse gestor desafia conselho de Warren Buffett sobre estratégia de investimentos

Mestre e doutora, ela criou consultoria de comportamento que vai crescer 200% em 2025