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As três premissas da Petrobras para reduzir suas dívidas

Em 24 meses, companhia pretende diminuir sua relação dívida líquida/ebtida para menos de 2,5 vezes. Veja como


	Petrobras: plano é de produzir 4 milhões de barris de óleo por dia até 2030
 (Bruno Domingos / Reuters)

Petrobras: plano é de produzir 4 milhões de barris de óleo por dia até 2030 (Bruno Domingos / Reuters)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 15h22.

São Paulo – De acordo com Graça Foster, presidente da Petrobras, corte de custos e aumento de eficiência operacional foram as premissas que balizaram a estratégia da empresa no último ano - e devem perdurar no seu trajeto rumo ao objetivo de se tornar uma das cinco maiores petroleiras do mundo até 2030.

A companhia anunciou, ontem de noite, seu plano de gestão com previsão de investimentos de 220,6 bilhões de reais, entre 2014 a 2018, além do plano ambicioso de passar a produzir até 4 milhões de barris de óleo por dia até 2030.

Até 2020, a quantidade de produção seria de 3 milhões de barris por dia em 2020, contra cerca de 2 milhões de barris em 2013 – o suficiente para fazer com que o país se torne autossuficiente em derivados pela primeira vez na história.

Porém, para colocar tal pano em prática, a Petrobras estima que precisará captar 12,1 bilhões de dólares para financiar seus projetos. Detalhe: sem emitir ações, apenas com novas dívidas e ganho de eficiência.

Ainda assim, a empresa projeta um endividamento menor a longo prazo, a ponto da Petrobras reduzir, em 24 meses, sua relação dívida líquida/ebtida para menos de 2,5 vezes – em dezembro, ela era de 3,52 vezes.

Além de voltar ao patamar de grau de investimento conferido pelas agências internacionais de classificação de risco no mesmo período de antes de antes de outubro, quando a empresa foi rebaixada.

Para atingir tais metas, a Petrobras seguirá três caminhos: convergência de preços, investimentos e aumento de produção.

Preço

O primeiro é a convergência de preços ditada pelos mercados internacionais. A empresa buscará ampliar sua atuação no mercado externo e, para tanto, se prepara para brigar por espaço.


Os planos nesse sentido foram desenhados com base em simulações de estresse de mercado que determinam 2,23 dólares como o ideal para pautar os planos até 2030.

“O forte efeito do dólar sobre o endividamento líquido nos deu um impacto muito grande. Hoje, 82% de nossas dívidas são em moeda estrangeira e, desse montante, 72% em dólar”, disse Graça.

Investimentos

Dos 220,6 bilhões de dólares previstos, 70% será aplicado em projetos de aumento de extração e produção de petróleo, dentro e fora do país. Outros 58,5 bilhões de dólares serão divididos entre as áreas de abastecimento (US$ 38,7), gás, energia e gás química (US$ 10,1 bilhões) e internacional (US$ 9,7 bilhões).

A companhia reviu o plano de gestão feito em 2007, com base no cenário atual de maior retração do mercado chinês, estabilidade de preço do petróleo e desvalorização da moeda e autossuficiência de gás nos Estados Unidos.

O novo plano prevê especialmente investimentos que tragam retorno certo nos próximos anos – Graça deixou claro que apenas sairão do papel investimentos em ativos que cumprirem requisitos de custo e retorno.

“Investimentos serão revistos o tempo todo”, disse Graça na teleconferência desta manhã. “Acompanhamos 158 projetos diariamente e prestamos conta para o Conselho de Administração da evolução desses avanços físicos e financeiros da empresa”.

Produção

A garantia de produção também será um dos pilares da estratégia da Petrobras. A companhia pretende produzir em média 4,0 milhões de barris de óleo por dia até 2030, sob titularidade da Petrobras no Brasil e no exterior.

Para tanto, a empresa fará a busca de parcerias e futuras compras de direitos de exploração de áreas que viabilizem este objetivo.

“Queremos ampliar a área internacional, importantíssima para a Petrobrás por complementar nossas reservas e uma melhor qualidade de portfólio”, disse Graça. “O objetivo é crescer a produção, mas antes disso, faremos um estudo profundo em lugares como Argentina e África, para que tenhamos um sucesso adequado aos nossos investimentos”. 

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