Produtos do JBS: portfólio cresceu por meio de aquisições agressivas do grupo nos últimos anos (Divulgação/JBS)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2013 às 13h44.
São Paulo – A compra da Seara, anunciada nesta segunda-feira, pode elevar o faturamento do grupo JBS para 100 bilhões de reais neste ano. O negócio é o mais recente de uma série iniciada em 2005, com a aquisição da argentina Swift Armour. A estratégia agressiva de compras a transformou na maior processadora de carnes do mundo. Veja, a seguir, os principais acordos do JBS.
Compra da Swift Argentina
Em 2005, a aquisição da Swift Armour, conhecida como Swift Argentina, foi o pontapé inicial da internacionalização do JBS que, na época, ainda era conhecido como Friboi. Naquele ano, as exportações combinadas das duas empresas somariam 900 milhões de dólares. A Swift exportava para 70 países, sendo dos Estados Unidos o seu maior mercado.
Parceria com a Cremonini
Em dezembro de 2007, o JBS iniciou sua mais complicada parceria, ao adquirir 50% da italiana Inalca por 225 milhões de euros. O objetivo era conseguir acesso a grandes multinacionais de fast food, redes varejistas, entre outros. O acordo, porém, nunca deslanchou, pois a Cremonini, sua sócia na Inalca, dificultou a vida dos brasileiros na gestão da Inalca, até a parceria ser desfeita, em março de 2011.
Compra da Swift americana
Impulsionado pelos 1,6 bilhão de reais que havia captado em sua abertura de capital, em março de 2007, o JBS foi às compras. Seu primeiro lance surpreendeu o mercado, ao bater gigantes como a Tyson Foods e a Cargill: a aquisição da centenária Swift dos Estados Unidos, por 1,4 bilhão de dólares. O negócio transformou o JBS no maior processador de carne bovina do mundo.
Compra da Tasman
Em março de 2008, o JBS anunciou a compra da australiana Tasman por cerca de 150 milhões de dólares. O negócio foi apresentado como mais um passo para fortalecer a presença do grupo nos Estados Unidos – além, claro, de abrir uma porta na Austrália.
Smithfield Beef
Outra grande tacada dos brasileiros foi dada em outubro de 2008, quando foi fechada a compra da americana Smithfiel Beef por cerca de 565 milhões de dólares em dinheiro. O negócio envolveu a aquisição da Five Rivers, uma das maiores criadoras de gado bovino dos Estados Unidos.
National Beef
O apetite do JBS por empresas americanas não passou incólume pelo Congresso dos Estados Unidos. Um negócio frustrado foi a tentativa de comprar a National Beef. O negócio, anunciado em outubro de 2008, despertou ecos nacionalistas no parlamento americano. Em fevereiro de 2009, o JBS anunciou oficialmente que desistira da National Beef.
Pilgrim’s Pride
Com os Estados Unidos abatidos pela crise de 2008, o JBS voltou à carga e comprou 64% da Pilgrim’s Pride, uma das maiores processadoras de aves do país. O acordo foi anunciado em setembro de 2009, em meio à recuperação judicial da companhia. Na época, a companhia foi avaliada em 2,8 bilhões de dólares.
Bertin
Ainda em setembro de 2009, o JBS deixou o mercado surpreso ao anunciar outro lance ousado: uma associação com o Bertin que, na prática, terminou com o JBS assumindo o controle do rival. Para tanto, foi criada uma holding que controla os ativos das duas empresas, e da qual o JBS teria, na época, 60%.
Rigamonti
Como sinal de que desejava manter-se na Europa, o JBS comprou a italiana Rigamonti em março de 2011, mesmo mês em que cancelou a parceria com a Cremonini na Inalca. Na época, a Rigamonti faturava cerca de 130 milhões de euros por ano.
Independência
Outro frigorífico abatido em meio à crise do setor foi alvo do JBS: o Independência. Embora anunciada em abril de 2012, a compra de ativos da empresa só foi concluída em janeiro deste ano. Passaram para o controle do JBS, quatro unidades frigoríficas, dois curtumes e dois centros de distribuição. Na época do anúncio, o negócio foi avaliado em 268 milhões de reais, em ações e em dinheiro.
Frangosul
Em maio de 2012, o JBS entrou oficialmente no mercado brasileiro de aves, ao alugar as instalações do Frangosul, empresa controlada pela francesa Doux. Na época, o valor do negócio não foi revelado. O JBS informou, apenas, que o contrato elevaria em 15% sua capacidade mundial de abate, que passaria a cerca de 9 milhões de aves por dia.
Seara
Anunciada nesta segunda-feira, a compra da Seara Brasil consolida o JBS na vice-liderança do mercado brasileiro de aves e suínos, atrás apenas da BRF. A compra foi fechada por 5,85 bilhões de reais, incluindo as operações de couro do Marfrig no Uruguai. A estimativa é que a Seara fature 10 bilhões de reais neste ano, o que elevaria a receita do JBS para cerca de 100 bilhões de reais.