São Paulo – Para as 500 maiores e melhores companhias do país, bem como para todos brasileiros, o ano de 2015 foi desafiador.
A economia brasileira encolheu 3,8% no período e, depois de cinco anos de crescimento, as empresas tiveram uma queda de receita de 4,6%, enquanto suas dívidas subiram 12%.
Nesse cenário, os negócios melhor preparados, com visão estratégica de longo prazo e rápida adaptação às novas exigências do mercado foram os que conseguiram passar quase ilesos – e até melhores – pela crise. .
Nesta noite, a 43ª edição do Melhores e Maiores de EXAME premiou as 20 empresas que foram destaques no segmento em que atuam, além do Agronegócio, em um evento no Teatro Santander, São Paulo.
O evento foi aberto pelo presidente executivo do Grupo Abril, Walter Longo, e contou com o discurso do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles
O grande destaque da premiação ficou com a Telefônica, a Empresa do Ano, graças aos bons resultados de performance, operação e gestão de pessoas que ela atingiu no ano.
A empresa começou a operar no mercado brasileiro em 1996 e hoje é a maior do setor com quase 100 milhões de clientes e presença em 3.800 cidades.
“O ano foi extraordinário para a Vivo porque consolidamos a empresa como líder no setor, a partir da combinação com a GVT, e avançamos na transformação digital com projetos que geram eficiência e simplificação em produtos, serviços e atendimento”, disse Amos Genish, presidente da Telefônica.
Caminho internacional
A crise foi uma oportunidade para que boa parte das grandes companhias pensassem melhor em como operar e gerir seu negócio.
Com o mercado interno abalado pela retração de consumo, algumas optaram por expandir operações fora do país. Foi o caso da fabricante de motores WEG e da siderúrgica CSN.
Ganhadora do setor de Bens de Capital, a WEG aumentou em 40% suas operações internacionais, que já representam 57% de seu faturamento. Com isso, ampliou suas fábricas no México e inaugurou um parque industrial na China.
"Continuaremos investindo no mercado internacional e vemos em todos os mercados, maduros e emergentes, oportunidades de crescimento", disse Harry Schmelzer Jr, presidente da empresa.
Já a CSN, vencedora na categoria Siderurgia e Metalurgia, queimou caixa para honrar seus compromissos, mas aumentou a rentabilidade em 20%, além de ajustar o preço do aço em 10% por três vezes só neste ano.
"Temos confiança de que o Brasil voltará logo a crescer. Estamos preparados para retomar juntos esse crescimento", afirmou Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da companhia.
O foco no mercado externo foi o que evitou que a fornecedora de peças e motores Mahle Metal Leve afundasse com a indústria automotiva do país, que encolheu 23%. Enquanto as vendas no país caíram 15%, a fatia das exportações no faturamento aumentou de 28% para 40%.
“O setor automotivo foi muito prejudicado com a crise e isso nos ajudou a sofrer menos”,disse Claus Hoppen, presidente da empresa.
Com a desvalorização do real, a Grendene poderia baixar os preços dos produtos em dólar para vender mais lá fora, mas optou por mantê-los para preservar margem. Funcionou: as vendas no exterior recuaram 12% no ano, mas as receitas com exportações cresceram 14% em reais.
“Vendemos produtos de baixo tíquete, então vamos recuperar as vendas tão logo a economia retome”, comentou Francisco Schmitt, diretor financeiro e de RI da Grendene. “Acredito que a economia deve levar cinco ou seis anos para voltar ao nível de consumo que vimos em 2010”.
Novos horizontes
A diversificação do negócio também foi uma das estratégias adotadas por muitas das premiadas como melhores negócios em 2015.
Para crescer mais, a Furukawa, que atende grandes empresas e operadoras, passou a focar em pequenos provedores de acesso à internet, além de expandir para a América Latina.
“Para este ano, a expectativa é crescer 10% na região, dando continuidade aos projetos de diversificação e internacionalização dos últimos anos”, afirmou Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa.
A Cielo, a melhor do segmento de Serviços pelo décimo ano consecutivo, abriu três lojas desde 2014 e investiu em novas áreas, como venda de softwares de gestão financeira, saúde e educação.
“Ainda pretendemos investir R$ 450 milhões neste ano, especialmente em inovação”, disse Rômulo Dias, presidente da Cielo.
Mas a empresa tem consciência de que deverá levar um tempo para crescer no mesmo ritmo de antes.“Primeiro, a indústria vai voltar a crescer, depois o consumo, então a Cielo ainda vai levar um tempo para voltar a crescer como antes”, comentou Dias.
Destaque da categoria Química e Petroquímica, a Oxiteno, braço do Grupo Ultra, passou a investir em produtos mais especializados, que têm uma margem de lucro maior.
“Temos boas expectativas com a nova fábrica que estamos construindo nos Estados Unidos, com um investimento de US$ 113 milhões”, afirmou João Parolin, diretor da Oxiteno. “No Brasil, este ano ainda será difícil para a economia e para as empresas em geral”.
A Natura abriu sua primeira loja física e espera vender a linha SOU em 1.200 lojas da rede RaiaDrogasil até o fim do ano.
Antes com foco em produtos populares, a paranaense Mili investiu na modernização de uma fábrica para produzir produtos sanitários de qualidade (e preço) superior.
“Estamos preparando a Mili para 2020”, disse Valdemar Lissoni, sócio-fundador e presidente da premiada como a melhor de Papel e Celulose. “Queremos chegar lá como uma empresa bem mais estruturada, com um mercado maior e faturamento maior”.
Tesoura e conversa
Em um ambiente inseguro, flexibilidade foi o mantra das grandes empresas para negociar melhores condições com fornecedores e criar uma relação propícia à retenção de clientes.
Para a JSL, o esforço de ajudar os clientes que precisavam renegociar preços foi recompensado com novos contratos de serviços para grandes clientes, como Renault e Nissan.
Além de muita conversa, saiu na frente quem conseguiu melhorar a eficiência operacional, com cortes de custos e melhorias de gestão, como os casos da Renner e da Cristália.
A empresa destacada como a melhor do Varejo traçou um plano há três anos para reduzir os custos de operação. Para tanto, inaugurou um centro de distribuição, reduziu a importação de produtos e alocou 12 engenheiros para ajudar os fornecedores.
Já a Cristália se prepara há anos para depender menos das importações. Conclusão: produz 53% das suas matérias primas, ao passo que o mercado importa cerca de 90%.
“Estamos aptos até para começar a exportação do produto”, comenta Ogari de Castro Pachecho, presidente e fundador da Cristália.
A Votorantim Cimentos, destaque da categoria Indústria da Construção, foi outra que se antecipou à crise para manter a solidez financeira e a excelência operacional.
A empresa teve queda de quase 20% no faturamento em 2015 (para US$ 1,6 bilhão) mas lucrou US$ 192 milhões e obteve 10% de retorno sobre o patrimônio líquido.
“Fizemos ajustes na estrutura organizacional, com a implementação de orçamento base-zero, suspensão de produção, venda de ativos não estratégicos e alongamento da dívida”, afirmou Walter Dissinger, diretor-presidente da Votorantim Cimentos.
Daqui para frente
Ainda que o país esteja passando por momentos políticos conturbados, a expectativa das companhias é de que e o crescimento retome até o final deste ano.
“A economia não vai bem, mas a expectativa é de que a classe média volte a consumir e isso impulsione os negócios”, disse Cesar Helou, diretor da Piracanjuba marca do Laticínios Bela Vista, premiada como a melhor do Agronegócio.
Muitas, no entanto, não desistiram de planos de investimentos que já haviam sido anunciados, nem se sentem intimidadas a criar boas perspectivas para o médio prazo.
“É muito difícil apostar em uma retomada da economia agora, mas o Brasil é forte, tomando as medidas certas, vamos chegar lá”, acredita Silvio Porto, diretor-presidente da Hydro Paragominas.
Com programas de aportes contínuos, a Ipiranga, destaque do setor de Atacado, aplicou mais de R$ 820 milhões nos negócios em 2015 e tem R$ 887 milhões previstos para este ano.
"Seguiremos investindo em expansão, por meio de aquisições, novos negócios e embandeiramentos de postos de bandeira branca", afirmou Leocadio Antunes, diretor-superintendente da Ipiranga.
Na Rede D'Or São Luiz, a meta é aumentar os leitos de atendimento de 4.900 para 8.000 até 2020. Já a Prodesp quer automatizar 48 hospitais públicos até 2018 e está desenvolvendo uma tecnologia na nuvem para atender todos os clientes.
"Para este ano, o controle financeiro está mais apertado e estamos ainda mais de olho em investimentos, contas a receber e contratos com fornecedores", comentou Célio Fernando Bozola, presidente da empresa.
Mesmo tendo faturado 30% menos em 2015, a Comerc prevê aumento de 10% nas vendas e de 20% no lucro com o negócio no mercado livre de energia.
“Esperamos melhora no consumo ainda neste ano porque a equipe econômica atual é muito boa e entende o que o mercado precisa para melhorar”, Cristopher Alexandre Vlavianos, presidente da Comerc Energia.
O otimismo com a melhora do consumo também baliza os planos da Renner.
"Em 2016, investiremos R$ 550 milhões, o que incluirá a inauguração de 25 lojas da Renner, 15 da Camicado e 20 da Youcom, além da remodelação de algumas unidades", afirma Fábio Faccio, diretor de operações da Lojas Renner.
A piora da economia também não abalou os projetos da Votorantim Cimentos, que anunciou em 2015 um plano de expansão de cerca de R$ 5 bilhões até 2018.
“Dentre esses investimentos vale destacar expansões nos Estados Unidos, na Turquia e uma nova operação na Bolívia, para aumentar nossa capacidade instalada e em linha com o plano de diversificação geográfica”, afirmou Dissinger.
A Telefônica também manteve seus investimentos previstos de mais de R$ 8 bilhões voltados a qualidade e expansão. E sabe que o desafio da empresa é imenso.
“O mundo é cada vez mais digital e as pessoas precisam de conectividade”, afirma Genish. “Nosso foco é entregar a melhor conectividade tanto móvel como fixa, com uma infraestrutura de rede robusta e de alta qualidade”.
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1. As premiadas
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1/21 (Thinkstock)
São Paulo - Lucro, eficiência, rentabilidade. Esses foram alguns dos critérios analisados na 43ª edição de
Melhores e Maiores de
EXAME, que premia as empresas que tiveram destaque em 20 setores durante 2015. Para chegar à lista final, balanços de 3.000 companhias e 80.000 indicadores financeiros foram minunciosamente checados e avaliados. O trabalho foi feito em parceria com a FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, ligada ao departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo. Nas fotos, veja as empresas que se sobressaíram.
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2. Ipiranga
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2/21 (Divulgação)
Categoria: Atacado Pela sexta vez eleita a melhor empresa do setor de Atacado, a
Ipiranga segue apostando em modelos de lojas de conveniência. Ela também quer aumentar o número de postos na região Nordeste, plano que deve ganhar fôlego caso a compra da rival Ale, assinada em junho, seja aprovada pelo Cade. A transação somou R$ 2,2 bilhões. Com programas de investimento contínuos, a rede aplicou mais de R$ 820 milhões nos seus negócios em 2015 e tem R$ 887 milhões previstos para este ano. No ano passado, a rede faturou US$ 17,5 bilhões, 2% mais que em 2014, em termos reais. O lucro líquido foi de US$ 280 milhões.
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3. Mahle Metal Leve
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3/21 (Divulgação)
Categoria: Autoindústria Fornecedora de peças de motores, a
Mahle Metal Leve precisou focar no mercado externo para não afundar junto com a indústria automotiva do país, cuja produção encolheu 23% em 2015. No ano, as exportações corresponderam a 40% da receita da filial brasileira da empresa alemã, contra 28% em 2014. Por conta da queda de 15% nas vendas no mercado interno em 2015, também teve de fechar uma fábrica e demitiu 2.000 pessoas. Com as medidas, evitou uma queda ainda maior do faturamento, que foi de US$ 518 milhões no ano passado, 7% menor que no anterior. Mesmo assim, teve um lucro de US$ 50 milhões, o que proporcionou uma rentabilidade sobre o patrimônio de 12%, a maior do setor.
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4. Weg
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4/21 (Germano Lüders/EXAME.com)
Categoria: Bens de Capital No meio de uma das maiores crises da indústria brasileira, a
WEG, fabricante de motores elétricos, conseguiu crescer ao olhar para fora. A receita líquida aumentou 24,5% e alcançou R$ 9,76 bilhões. Um dos motivos foi o aumento de 40% em suas operações internacionais, que já representam 57% de seu faturamento. Lá fora, ela comprou empresas estrangeiras, ampliou suas fábricas no México e inaugurou um parque industrial na China. Por aqui, pretende investir em sistemas de energia solar e motores elétricos comerciais, usados para ventilação e ar-condicionado, no intuito de compensar o desaquecimento da economia chinesa.
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5. Natura
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5/21 (Divulgação)
Categoria: Bens de Consumo Como os demais setores da economia, o mercado de beleza e cosméticos está em crise com as dificuldades econômicas do país. Por isso, o faturamento da
Natura caiu 15% no ano passado. Ainda assim, sua rentabilidade, de 28%, é a maior do setor, graças às iniciativas no período. A empresa expandiu as vendas na América Latina em 30%, em moedas locais, abriu sua primeira loja física, planeja vender sua linha SOU em 1.200 lojas da rede RaiaDrogasil até o fim do ano e lançou um canal digital de vendas para mais de 1,5 milhão de revendedoras. Tudo isso propagando uma mensagem de atitude e empoderamento feminino.
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6. Furukawa
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6/21 (Divulgação)
Categoria: Eletrônicos Para crescer mais, a Furukawa focou nos clientes menores. A empresa, que já fornecia fibra óptica para grandes operadoras de telefonia e cabeamento para redes empresariais e datacenters, voltou sua atenção aos pequenos provedores de acesso à internet, que ainda tinham sistemas de rádio. Além disso, ela expandiu na América Latina e conquistou espaço na Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai. Dessa forma, suas exportações aumentaram para 28% de suas receitas em 2015, quando o faturamento foi de R$ 645,5 milhões.
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7. Comerc
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7/21 (Thinkstock/Reprodução)
Categoria: Energia Com a crise econômica, os clientes da Comerc saltaram de 250, em janeiro de 2015, para os atuais 600. Ela opera no mercado livre de
energia e, por negociar diretamente com geradoras, transmissoras e distribuidoras, normalmente consegue ofertar contratos mais vantajosos aos clientes do que o mercado tradicional – o que pode ser bastante atrativo em momentos de desaceleração. Segundo a empresa, as companhias que compraram sua energia economizaram, juntas, R$ 1,6 bilhão no ano passado. Apesar de registrar um faturamento quase 30% menor em 2015, de US$ 338 milhões, e de ter visto o lucro cair de US$ 30 milhões para US$ 8,2 milhões, os novos contratos firmados e a eficiência operacional fizeram dela a melhor do setor. Para sustentar o crescimento, está abrindo sete escritórios. Neste ano, espera um aumento de 10% nas vendas e de 20% no lucro.
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8. Cristália
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8/21 (Germano Lüders/EXAME.com)
Categoria: Farmacêutica Depois de importar a enzima colagenase por 40 anos, os cientistas da farmoquímica Cristália acharam uma maneira de obtê-la a partir de uma proteína vegetal nacional - exemplo do esforço da companhia de depender menos das importações. Graças a uma equipe de 400 pesquisadores, ela produz 53% das suas matérias primas, ao passo que o mercado importa cerca de 90%. Maior produtora de anestésicos da América Latina, é fornecedora do Sistema Único de saúde e de 95% dos hospitais brasileiros. Seu faturamento teve alta de 5,3% no ano passado, para US$ 366 milhões.
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9. Votorantim Cimentos
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9/21 (Divulgação Votorantim)
Categoria: Indústria da Construção Apesar de a indústria da construção sofrer com a crise econômica e com a Operação Lava Jato, que colocou em xeque a credibilidade de grandes empreiteiras do país, a
Votorantim Cimentos tem sustentado sua posição de melhor produtora do setor. A empresa teve queda de quase 20% no faturamento em 2015 (para US$ 1,6 bilhão) mas lucrou US$ 192 milhões e obteve 10% de retorno sobre o patrimônio líquido. Inaugurou duas fábricas no período e uma em 2016. Outras três usinas estão em processo de licenciamento e análise de mercado. Também quer avançar fora do Brasil e visa ter 42% de sua capacidade produtiva no exterior até 2018.
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10. Prodesp
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10/21 (Divulgação)
Categoria: Indústria Digital A companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, principal desenvolvedora de soluções tecnológicas para órgãos públicos, está acostumada a atuar nos bastidores. Imensa, ela coordena os serviços do Poupatempo, que realiza mais de 4 milhões de atendimentos por mês, permite monitorar itinerários do transporte público e acessar os serviços do Departamento Estadual de Trânsito, o Detran-SP. Com US$ 232 milhões em investimentos no ano passado, ela quer automatizar 48 hospitais públicos até 2018 e está desenvolvendo uma tecnologia na nuvem para atender todos os clientes.
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11. Sabesp
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11/21 (Divulgação)
Categoria: Infraestrutura Responsável pelo abastecimento de 365 cidades e 29 milhões de pessoas, a
Sabesp ainda sofre por conta da crise hídrica que ocorreu entre 2014 e 2015. Para se preparar para futuras secas, ela precisou investir R$ 3 bilhões em obras. Das quatro mais importantes, já estão concluídas as interligações entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê e entre a bacia do rio Paraíba do Sul e as represas do Cantareira. O gasto com reparos emergenciais e a política de bônus e ônus (a empresa pagou R$ 1,5 bilhão de bônus desde fevereiro de 2014 e arrecadou R$ 724 milhões com sobretaxas desde o fim daquele ano) provocaram um baque na empresa. A receita caiu 4% em 2015, mas o lucro foi de US$ 403 milhões, o que lhe rendeu o prêmio de melhor do país no ramo de infraestrutura. Esta é a primeira vez que EXAME analisa separadamente as empresas do setor, que antes entravam no segmento de serviços.
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12. Hydro Paragominas
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12/21 (Halvor Molland/Divulgação)
Categoria: Mineração Em Paragominas, no Pará, fica uma das maiores
minas de bauxita do mundo, capaz de produzir mais de 400 milhões de latinhas por dia, depois da transformação do mineral em alumínio. A
unidade, que pertence à empresa norueguesa Hydro, extraiu 14 milhões de toneladas de bauxita bruta no ano passado e faturou US$ 306 milhões, 54% a mais do que no ano anterior. O aumento da produção se deu pela demanda crescente pelo minério, usado para fazer automóveis, aviões, eletrônicos, objetos de decoração e até em projetos arquitetônicos.
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13. Mili
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13/21 (Divulgação/Mili)
Categoria: Papel e Celulose A paranaense Mili, fundada há 33 anos, tem conquistado espaço em um mercado dominado por nomes de peso como Klabin e Suzano. Ela fabrica produtos sanitários, como
papel higiênico, guardanapos e lenços. A companhia prevê um aumento de 50% nas vendas até 2020. Para alcançar esse número, concluiu em 2015 a modernização de uma fábrica de papel em Santa Catarina, um investimento de R$ 250 milhões. Com a nova linha, entrou em um mercado de qualidade superior – antes, o foco estava em produtos populares. Outros R$ 150 milhões devem ser aportados entre 2016 e 2017. No ano passado, suas receitas foram de US$ 228 milhões, uma queda de 6,6%. A rentabilidade sobre o patrimônio ficou em 20%, abaixo dos 26% do ano anterior, mas ainda a maior do setor. O feito foi alcançado com a redução de custos fixos e um corte de 15% nas margens sobre as vendas em relação a 2014.
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14. Oxiteno
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14/21 (Divulgação)
Categoria: Química e Petroquímica Cosméticos, xampus, tintas, vernizes, defensivos agrícolas e fibras têxteis. Essa é a gama de produtos nos quais podem ser encontrados materiais básicos que a Oxiteno fabrica. A empresa de química e petroquímica é um braço do Grupo
Ultra, que também detém a rede de postos Ipiranga. No ano passado, suas receitas cresceram 4% e atingiram US$ 573 milhões. Para depender menos de commodities, ela passou a investir em produtos mais especializados, que têm uma margem de lucro maior.
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15. Cielo
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15/21 (Divulgação)
Categoria: Serviços Pelo décimo ano seguido, a
Cielo é vencedora do prêmio de melhor empresa de serviços de Melhores e Maiores. Com 55% do mercado de operações com cartões, ela tem margem de lucro de impressionantes 41% e faturamento de R$ 7,3 bilhões. Nas compras online, sua presença é ainda maior, sendo responsável por 70% das compras com cartão no país. Para continuar se desenvolvendo, a companhia abriu três lojas desde 2014 e investiu em novos segmentos, como oferecer serviços como programas de fidelidade, pesquisas, gestão e outros produtos. Além disso, ela também está buscando crescer nas áreas de saúde e educação.
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16. Rede DOr São Luiz
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16/21 (Germano Lüders / EXAME)
Categoria: Saúde Com 31 hospitais próprios e outros dois sob sua gestão, além de 34.000 funcionários e 87.000 médicos credenciados, a
Rede D'Or São Luiz começou a se tornar a gigante que é a partir de janeiro de 2015. Foi quando o governo federal abriu o mercado de saúde à participação de estrangeiros. Desde então, ela recebeu aportes de quase R$ 5 bilhões de fundos internacionais. No ano passado, realizou 170.000 cirurgias e faturou R$ 4,9 bilhões, um crescimento de 10,5%, já descontada a inflação. A rentabilidade das vendas foi de 15,9%. Sua meta é aumentar os leitos de atendimento de 4.900 para 8.000 até 2020. O grupo está construindo dois hospitais, mas sua prioridade é capturar sinergias entre os ativos que já adquiriu.
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17. CSN
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17/21 (Divulgação)
Categoria: Siderurgia e Metalurgia
Depois de três anos fora do pódio, a CSN volta a ser eleita a melhor companhia do setor de siderurgia e metalurgia do país. Afetada em cheio pela crise econômica que minou os ganhos do segmento, a empresa precisou queimar caixa para honrar seus compromissos no ano passado. O dinheiro disponível caiu de R$ 12,3 bilhões para R$ 6,5 bilhões nos últimos 12 meses. Apesar disso, graças ao foco nas exportações, ela conseguiu faturar US$ 3,1 bilhões e lucrar US$ 463 milhões em 2015, além de obter 20% de rentabilidade sobre o patrimônio. Seu atual objetivo é reduzir a dívida, que somava R$ 26,6 bilhões no fim de março. Para fazer caixa, reajustou o preço do aço em 10% por três vezes só neste ano.
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18. Telefônica
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18/21 (Dominique Faget/AFP)
Categoria: Telecomunicações Enquanto o setor de telecomunicações encolheu 3,5% em 2015, o Grupo Telefônica alcançou crescimento de 4,8% nas receitas líquidas. Ela também teve a maior margem operacional, de 34% e investiu mais que qualquer outra no setor, R$ 8 bilhões. Entre os negócios que mais se desenvolveram, estão banda larga, TV e dados móveis – a receita de dados contabilizada ultrapassou a de telefonia móvel pela primeira vez. Além disso, cerca de 30% das sinergias previstas para a fusão da Telefônica com a GVT, de R$ 14 bilhões, já foram atingidas.
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19. Grendene
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19/21 (Divulgação/Grendene/Divulgação)
Categoria: Têxtil Líder de mercado, a
Grendene responde por um terço dos calçados que o Brasil exporta. Com a desvalorização do real, ela poderia baixar o preço dos produtos em dólar para vender mais lá fora, mas optou por mantê-los para continuar ganhando margem. Funcionou. As vendas no exterior recuaram 12% no ano e, ainda assim, as receitas com exportações cresceram 14% em reais. O faturamento total encolheu 8% ante 2014, mas a margem nas vendas foi de 18,3%, a maior do setor. Sua estratégia é lançar coleções a cada três meses – só no ano passado, foram 1.100 novos produtos. No período, ela expandiu o Clube Melissa, rede de franquias de sua principal marca, e descontinuou o negócio TOG, que visava vender móveis de plástico mundialmente.
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20. JSL
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20/21 (Divulgação)
Categoria: Transportes Com flexibilidade e muita negociação, a
JSL conseguiu manter seus clientes que, por conta da crise, buscavam renegociar os preços da maior operadora logística rodoviária do país. O esforço para ajudar os clientes foi recompensado: ela passou a fornecer ainda mais serviços para empresas como a General Motors e a Mercedes-Benz e conseguiu novos clientes, como a Renault e a Nissan. A companhia ainda terceirizou mais de 1.080 veículos de carga e diminuiu seus custos fixos.
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21. Renner
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21/21 (Kiko Ferrite)
Categoria: Varejo Enquanto as vendas no varejo encolheram 4,3% em 2015, o pior resultado em 15 anos, a
Renner teve uma receita de R$ 5,8 bilhões, um salto de 7%. Em todo o setor, ela foi a empresa que mais gerou riqueza por empregado, US$ 59.200 por pessoa, e a que teve a maior margem nas vendas, de 9,5%. O bom desempenho vem de um plano contra crises traçado há três anos. Para melhorar sua eficiência, inaugurou um centro de distribuição, reduziu a importação de produtos e alocou 12 engenheiros para ajudar os fornecedores na gestão. Neste ano, quer abrir 60 lojas e, até 2020, dobrar a quantidade de pontos de vendas – hoje, são 408. Também visa explorar o mercado externo, com a inauguração de duas lojas no Uruguai até 2017. Seu lucro caiu 10,5% no primeiro trimestre, mas as ações subiram 12% de lá para cá, um sinal de confiança dos investidores.