MAQUIAGEM. estima-se que uma família gaste em média 1,5% do orçamento nos setores de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (Tatomm/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 17h49.
Última atualização em 17 de outubro de 2022 às 12h47.
A terceira maior feira de beleza do mundo, a Beauty Fair, acabou ontem em São Paulo com uma estimativa de 500 milhões de reais em negócios fechados. O Brasil também abocanha o terceiro lugar no pódio quando o assunto é o tamanho do mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Segundo dados da Euromonitor, o setor movimentou 43 bilhões de dólares em 2011, um crescimento de 19% sobre o ano passado.
Os números nos colocam apenas atrás de Estados Unidos e Japão no ranking dos consumidores globais de beleza. Em relatório anual, a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfurmaria e Cosméticos) lista os motivos que explicam a eferverscência, que vão desde o aumento da expectativa de vida - que traria a necessidade de "conservar uma impressão de juventude" - à entrada das mulheres no mercado de trabalho. E muita gente estaria ganhando com isso. No mundo das tinturas, cremes para cabelo, filtros solares e maquiagens, a produção é pulverizada. Mas embora as micro e pequenas empresas respondam por 98,9% das indústrias, as gigantes do setor abocanham, sozinhas, uma generosa fatia do mercado. Juntas, as cinco maiores companhias respondem por metade das vendas no Brasil.
Veja quais são elas com base em levantamento da Euromonitor - e saiba quais vêm andando no mesmo compasso do setor:
Depois de sofrer as dores do crescimento no ano passado, quando teve problemas com seu novo sistema de informação, a Natura acelerou o ritmo em 2012. No segundo trimestre, as vendas líquidas da empresa avançaram 12,5%, chegando a 1,6 bilhão de reais. O lucro líquido da empresa foi de 215 milhões de reais, um aumento de 14,3% sobre o mesmo período do ano passado. Entre as empresas que dominam o mercado de beleza no Brasil, a Natura conseguiu engordar sua participação no topo da lista, ainda que de maneira tímida. Em 2007, a companhia detinha 13,4% do mercado. Em 2011, esse percentual subiu para 14,5%.
A gigante global de bens de consumo é dona de marcas familiares aos brasileiros, como Axe e Dove. A linha Seda, por exemplo, liderou a venda de shampoos no país no ano passado. O lançamento da TRESemmé por aqui também mereceu destaque por parte dos executivos na última teleconferência de resultados da empresa: a comercialização de produtos da marca deverá passar de 100 milhões de euros no seu primeiro ano de operação no país. Olhando pelo retrovisor, a posição da Unilever no mercado de higiene e beleza registrou um ligeiro avanço nos últimos cinco anos, passando de 10,4% para 10,7%.
O Brasil responde pela maior parte dos resultados da americana Avon. Mas a companhia vem enfrentando dificuldades para manter o fôlego de outrora por aqui. No segundo trimestre do ano, as vendas caíram 19% no país. Com resultado, o lucro líquido da empresa mergulhou 70%, chegando a 61,6 milhões de dólares. Em comunicado a empresa atribuiu o resultado ao declínio no número de revendedoras, além da desaceleração da demanda e aumento da concorrência. De 2007 para cá, a participação de mercado da Avon foi a única que encolheu, indo de 9,1% para 8,8%.
A escalda da P&G foi um pouco mais vigorosa no ranking das grandes empresas de beleza que atuam no país. Em 2007, o percentual era de 7,2%. Em 2011, passou para 8,3%. Fazem parte do portfólio da empresa marcas como Wella, Pantene e Olay. No quarto trimestre fiscal terminado em agosto, a companhia divulgou que a linha de cuidados para o cabelo cresceu 20% no país, puxada por Head & Shoulders e pelo lançamento da nova linha Wella Pro Series.
Fechando a lista das cinco grande, o Grupo Boticário registrou a maior expansão entre os concorrentes, pulando de uma fatia de 6% há cinco anos para 8,2% do mercado em 2011. Em relatório, a Euromonitor destaca que a empresa fez importantes investimentos em produção e novos canais de distribuição. Como resultado, a expansão no ano passado bateu a casa dos dois dígitos. Hoje, a empresa conta com as marcas O Boticário, Eudora, Skingen (cuidados com a pele) e a recém-lançada quem disse, berenice? (maquiagem).
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