Mapa Mundi: a maior presença das empresas nacionais fora do país é nos Estados Unidos (Thinkstock)
Luísa Melo
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 18h21.
São Paulo - A Fitesa, líder na fabricação de descartáveis higiênicos e médicos de materiais que não são tecidos, é novamente a empresa brasileira com maior atuação no exterior, segundo estudo da Fundação Dom Cabral.
A pesquisa, que está na 11ª edição, analisou 64 companhias. Delas, 50 são multinacionais e 14 atuam fora do país por meio de franquias.
Os dados levam em conta o desempenho das organizações durante o ano de 2015. Na média, o índice médio de internacionalização das multinacionais cresceu de 21,8% em 2014 para 26,1% em 2015, um aumento inédito de quase 20%.
O índice leva em consideração os ativos, receitas e funcionários dessas empresas no exterior em relação ao total.
Para a Fitesa, o indicador atingiu 73,9%. No ano passado, ela anunciou a expansão de linhas de produção na Europa, Estados Unidos e América do Sul.
A segunda colocada, Iochpe-Maxion, que produz autopeças e equipamentos ferroviários, alcançou um índice de internacionalização de 66%.
Em 2015, por conta da demanda fraca por parte da indústria de automóveis do país, a companhia reforçou as operações no NAFTA (bloco econômico dos países da América do Norte) e Europa.
Conheça as 10 empresas nacionais com mais presença em outros territórios:
| Posição | Empresa | Índice de internacionalização |
|---|---|---|
| 1 | Fitesa | 73,9% |
| 2 | Iochpe-Maxion | 66,5% |
| 3 | CMZ | 63,7% |
| 4 | Intercement | 62,4% |
| 5 | Stefanini | 61,9% |
| 6 | Artecola | 60,7% |
| 7 | Gerdau | 57,8% |
| 8 | JBS | 57,6% |
| 9 | Metalfrio | 55,5% |
| 10 | Grupo Alumini | 48,0% |
Onde elas estão
As companhias nacionais têm presença em todos os continentes e em 99 países. Os Estados Unidos continuam sendo o território estrangeiro com a maior quantidade de corporações brasileiras. Veja os 10 lugares onde elas mais estão:
| País | Quantidade de filiais |
|---|---|
| Estados Unidos | 40 |
| Argentina | 31 |
| Chile | 25 |
| Colômbia | 23 |
| China | 22 |
| México | 21 |
| Peru | 20 |
| Uruguai | 19 |
| Reino Unido | 16 |
| Paraguai | 15 |
Autonomia das filiais
A maior parte das companhias (67,7%) manteve a autonomia das filiais no último ano. Outras 29,1% aumentaram a independência das subsidiárias e 4,2% diminuíram.
"Notamos que as multinacionais brasileiras têm, gradativamente, descentralizado parte de suas decisões, passando-as para as subsidiárias. Isso tende a aumentar à medida que a empresa adquire mais experiência internacional e adapta seus processos e rotinas às localidades onde atua", diz em nota a professora Livia Barakat, Fundação Dom Cabral, uma das responsáveis pelo estudo.
Crise?
A maioria das empresas (74,6%) afirmaram que seus planos internacionais foram afetados de alguma forma pela crise política e econômica no Brasil. Para 28,5% delas, a interferência foi grande. Outas 25,4% disseram que não mudaram sua estratégia para outros países.
De uma forma geral, 78% ampliaram os investimentos fora do Brasil.