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Argentina deve virar polo exportador da Brasil Foods

Após troca de ativos com a Marfrig, empresa intensificará produção de frango e margarina no país vizinho, com foco na exportação para a América Latina

rasil Foods - Negócios internacionais se fortalecerão após troca de ativos com a Marfrig

rasil Foods - Negócios internacionais se fortalecerão após troca de ativos com a Marfrig

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 15h41.

São Paulo - O mercado argentino ganhará relevância nas operações da Brasil Foods (BRF) – empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão – a partir da primeira metade de 2012. Com a conclusão do acordo de troca de ativos entre a companhia e a Marfrig, prevista para o final do primeiro semestre, ela deverá transformar parte das plantas do país vizinho em polos de exportação para a América Latina.

Na avaliação da empresa, o mercado argentino tem grande potencial para exportação de frangos e margarinas, e poderá atender a demanda externa a custos inferiores aos praticados no Brasil. “Ainda que o exportador pague uma taxa de 5% de ‘retención’ ao governo argentino, o custo de produção compensa mais do que no mercado brasileiro”, afirmou Antonio Augusto de Toni, vice-presidente de Comércio Exterior da BRF, em evento para jornalistas nesta terça-feira, em São Paulo.

O executivo acredita que as restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) à fusão entre Sadia e Perdigão acabaram estimulando os negócios internacionais. “A decisão do Cade invariavelmente empurra a BRF para o mercado externo”, afirma De Toni.

Em julho, o órgão antitruste definiu que a empresa – que já possui longa trajetória de atuação no exterior, sobretudo no Oriente Médio – teria de se desfazer de doze marcas, dez fábricas e oito centros de distribuição (entre outras coisas), devido à concentração de mercado. Juntas, Sadia e Perdigão respondiam por mais de 50% do mercado de processados, chegando a 90% em alguns segmentos de congelados, enquanto concorrentes não alcançavam nem mesmo 10% de participação.

Segundo o Cade, o expressivo poder de mercado em alguns setores poderia fazer com que os consumidores pagassem preços 40% maiores pelos produtos.


Como as operações internacionais não dependiam de aprovação do Cade, novos investimentos vêm sendo anunciados na Ásia e no Oriente Médio. A empresa destinou 120 milhões de dólares à construção de uma planta de processamento nos Emirados Árabes, além de iniciar uma joint venture com a Dah Chong Hong – um dos maiores conglomerados de distribuição de bens de consumo da China.

De acordo com o presidente da companhia, José Antonio Fay, a empresa planeja a aquisição de uma unidade de processamento de carnes no país asiático, com previsão de início da produção entre 2012 e 2013. A operação seria feita por meio da joint venture. “Já temos dez pessoas trabalhando na parte comercial em Xangai e dali iremos direcionar esforços para a expansão na Ásia”, afirma.

Atualmente, a BRF já possui três unidades no exterior: na Holanda, no Reino Unido e na Argentina. A expectativa de Fay é que a empresa termine 2012 com sete unidades, somadas as que estão envolvidas na troca de ativos com a Marfrig, na Argentina. Na África subsaariana, a empresa conta apenas com um escritório de representação em Johanesburgo, na África do Sul, e os planos de expansão ainda estão no papel.

Rio de Janeiro – Apesar do foco no exterior, a BRF também tem apostas no mercado interno. Nesta segunda-feira, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), anunciou que a BRF construirá uma fábrica de produtos lácteos na cidade fluminense de Barra do Piraí, com investimentos previstos de 70 milhões de reais. A fábrica inicialmente produzirá apenas leite (em embalagem UHT). De acordo com a BRF, a planta tem capacidade para produzir 15 milhões de litros por mês. No estado, a marca Elegê, da BRF, é líder no segmento de leite UHT, com 40% de participação de mercado em volume fabricado.

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