Buenos Aires - O governo argentino convocou para amanhã, quinta-feira, os governadores das províncias petrolíferas para tratar a situação da empresa YPF, controlada pela espanhola Repsol.

A reunião, segundo governadores argentinos, foi convocada pela Presidência e contará com a presença do ministro do Planejamento, Julio de Vido.

Os governadores convocados integram a Organização Federal dos Estados Produtores de Hidrocarbonetos, que agrupa as dez províncias petrolíferas da Argentina: Formosa, Jujuy, Salta, Mendoza, La Pampa, Neuquén, Río Negro, Chubut, Santa Cruz e Tierra del Fuego.

Apesar de o governo argentino manter em total reserva o conteúdo da reunião, alguns governadores anteciparam que debaterão o futuro de YPF, no olho do furacão pelas acusações da presidente Cristina Kirchner devido a uma queda na produção que esta atribui a uma falta de investimentos.

O governador de Neuquén, Jorge Sapag, anunciou ''novidades importantes'' no encontro de amanhã e opinou que a YPF terminará transformada em uma sociedade mista com gestão estatal.

''Seguramente o Estado vai querer governar esta sociedade de economia mista, encorajar o investimento privado e fazer um gerenciamento muito profissional da empresa'', disse Sapag, segundo a agência oficial ''Télam''.

Neste novo esquema, segundo o governador, as províncias produtoras de petróleo teriam um lugar no diretório.

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Fontes da YPF evitaram pronunciar-se sobre as declarações de Sapag.

As mesmas fontes também não quiseram dar detalhes sobre a agenda do presidente da Repsol, Antonio Brufau, que chegou na segunda-feira a Buenos Aires para se reunir com funcionários do governo argentino.

O conflito governamental com a YPF começou em janeiro, mês em que a companhia perdeu mais de 30% de seu valor na bolsa.

Nas últimas semanas, seis províncias argentinas revogaram licenças da YPF para operar em uma dúzia de áreas, enquanto outras duas pediram que a companhia petrolífera aumente seus investimentos sob ameaça de cancelar permissões de exploração.

A YPF, com participação de 57,43% da Repsol e 25,46% do grupo argentino Petersen, anunciou que este ano investirá na Argentina um recorde de US$ 3,416 bilhões, número que supera os 3,029 bilhões investidos em 2011.