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Arezzo, Vivara, Natura, Centauro: investidor quer saber como será o amanhã

Balanço do terceiro trimestre deve mostrar recuperação dos setores de varejo e bens de consumo, mas há dúvida sobre desempenho sem o auxílio emergencial

Movimento em frente a shopping center de São Paulo. (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

Movimento em frente a shopping center de São Paulo. (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 14h10.

Grandes nomes dos setores de varejo e bens de consumo do Brasil divulgam nesta quinta-feira, 12, o balanço do terceiro trimestre do ano: a joalheria Vivara, a fabricante de cosméticos e produtos de higiene Natura, a sapataria que agora também é marca de roupas Arezzo, a loja de artigos esportivos Centauro e a fabricante de artigos de cama, mesa e banho Springs Global, dona da companhia têxtil mineira Coteminas (Artex, Santista, MMartan). De forma geral, os resultados devem mostrar uma recuperação de receitas e lucro em relação ao segundo trimestre, quando o aumento do desemprego e a queda da renda provocados pela pandemia do novo coronavírus fizeram o consumidor apertar o cinto. Mas os investidores estão cautelosos com essas empresas.

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"Dos balanços do setor que já saíram até agora, observamos uma clara melhora mês a mês a partir de julho. Mas as margens de lucro ficaram aquém do esperado, porque as empresas tiveram que fazer promoções para conseguir desovar os estoques", diz Bruno Lima, analista de renda variável da EXAME Research.

As companhias que têm se saído melhor durante a pandemia são as que conseguiram estruturar ou aprimorar o seu comércio eletrônico, driblando, assim, o fechamento temporário das lojas físicas devido à quarentena em todo o país. As lojas virtuais devem continuar sendo essenciais para o desempenho futuro, então as empresas que mostrarem eficiência nesse canal devem agradar mais ao mercado.

A Centauro, referência no varejo online, deve ter registrado uma queda de 7% nas vendas no terceiro trimestre de 2020 ante o mesmo período de 2019, para 580 milhões de reais, segundo estimativa do banco de investimentos BTG Pactual. O salto não deve ser suficiente para compensar o fechamento das lojas físicas, no entanto, e a rede deve ter sofrido um prejuízo de 60 milhões de reais no período de julho a setembro. No terceiro trimestre de 2019, havia registrado lucro de 38 milhões de reais. Comparando com o segundo trimestre deste ano, a elevação de faturamento deve ter sido de 142% e o prejuízo deve ter diminuído 40%.

(EXAME Research/Exame)

Para a Arezzo, a estimativa é de queda de 5% nas receitas do terceiro trimestre de 2020 ante igual intervalo de 2019, a 418 milhões de reais, e de baixa de 33% no lucro, a 27 milhões de reais. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, deve ter havido crescimento de 137% nas vendas e reversão do prejuízo de 31 milhões de reais.

Essa retomada observada entre julho e setembro se deve em boa parte ao auxílio emergencial pago pelo governo, que reforçou o orçamento das famílias. Porém, uma grande dúvida paira sobre o setor: como o brasileiro vai se comportar quando acabar o benefício, no início de 2021? Responda quem puder. As empresas precisam aproveitar a divulgação dos balanços para informar como enxergam o cenário para os próximos trimestres e de que maneira estão se preparando para um período que pode não ser tão melhor do que o do auge da pandemia.

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