Negócios

ArcelorMittal Brasil vai ampliar produção de aço para setor automotivo

Projeto vai consumir investimentos de 330 milhões de dólares

Produção de aço: investimento vai ampliar em 700 mil toneladas a capacidade da usina em São Francisco do Sul (Yves Herman/Reuters)

Produção de aço: investimento vai ampliar em 700 mil toneladas a capacidade da usina em São Francisco do Sul (Yves Herman/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 14h59.

Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 16h23.

São Paulo - A ArcelorMittal Brasil deve iniciar entre o final deste ano e o início 2019 as obras para instalar uma terceira linha de galvanização e outros equipamentos de laminação a frio em sua usina em Santa Catarina, projeto que vai consumir investimentos de 330 milhões de dólares, disse o presidente-executivo da empresa no país, Benjamin Baptista Filho.

O investimento vai ampliar em 700 mil toneladas a capacidade da usina em São Francisco do Sul, conhecida como ArcelorMittal Vega, e que além da indústria automotiva atende setores de eletrodomésticos e de construção civil. Os novos equipamentos devem entrar em operação em 2021 e vão elevar a capacidade da usina para 2,1 milhões de toneladas, afirmou o executivo.

A decisão da empresa ocorre enquanto a rival Usiminas avalia instalar uma nova capacidade de galvanização na usina em Ipatinga (MG), uma vez que as atuais três linhas estão operando à plena capacidade. A ArcelorMittal tinha o projeto de expansão em Vega pendente desde 2014, quando supendeu o investimento em meio à crise econômica brasileira eà retração do mercado interno de veículos. Atualmente, 50 por cento da produção da usina é voltado ao mercado automotivo.

"Hoje temos mercado para vender os produtos de Vega acima da capacidade instalada. Deixamos de vender o que a gente podia", afirmou Baptista Filho à Reuters.

"Prevemos que indústria automotiva terá aumento substancial da taxa de utilização. Quando a crise chegou, as montadoras estavam praticamente operando só para atender o mercado brasileiro e argentino. A crise obrigou as montadoras a desenvolverem mercados alternativos", disse o executivo. "A exportação de veículos se diversificou fora e isso significa que as montadoras já estabeleceram canais de distribuição".

No primeiro semestre, a produção de veículos do Brasil cresceu 14 por cento sobre um ano antes, para 1,43 milhão de unidades, puxada por alta de 14,4 por cento nas vendas ao mercado interno e manutenção de exportações em patamar elevado.

Segundo Benjamin, os novos equipamentos vão dar maior flexibilidade para a Vega, uma vez que a nova linha de galvanização será do tipo "combinada", que permite a retirada de laminados a frio para recozimento em caixa, processo que torna o aço mais preparado para uso em veículos, e também a produção de galvanizados. As linhas atuais da usina não permitem essa flexibilidade.

O executivo afirmou ainda que a ampliação de Vega também deve dar mais rentabilidade para as operações do grupo no país, pois a empresa pretende reduzir exportações de bobinas a quente de sua usina no Espírito Santo, um produto que enfrenta forte concorrência de rivais asiáticos, para agregar valor ao material na usina de Santa Catarina.

"Com (ampliação em) Vega, vamos tirar 600 mil toneladas de exportação de bobina a quente e vamos trazer produto nobre para o mercado doméstico, com margens melhores", disse Baptista Filho, acrescentando que atualmente a usina da empresa no Espírito Santo, ArcelorMittal Tubarão, exporta 1,4 milhão de toneladas de bobinas a quente.

(Edição de Aluísio Alves e Raquel Stenzel)

 

Acompanhe tudo sobre:acoArcelorMittalSiderurgia e metalurgiaUsinas

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação