Negócios

Apple se afasta da China com novo fornecedor de iPhone na Índia

A notícia coincide com o lockdown repentino para controlar um surto de covid-19 no principal centro de fabricação do iPhone Pro na cidade chinesa de Zhengzhou

Representantes da Apple e da Pegatron não comentaram (Foto/Reprodução)

Representantes da Apple e da Pegatron não comentaram (Foto/Reprodução)

B

Bloomberg

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 15h12.

Última atualização em 4 de novembro de 2022 às 15h21.

A taiwanesa Pegatron, fabricante terceirizada da Apple, começou a montar o novo modelo do iPhone 14 na Índia.

Com isso, a Pegatron se torna a segunda fornecedora da Apple a produzir o iPhone 14 no país, disseram pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg News, que não quiseram ser identificadas.

A notícia coincide com o lockdown repentino para controlar um surto de covid-19 no principal centro de fabricação do iPhone Pro na cidade chinesa de Zhengzhou, que é operado pela Foxconn Technology. Essa situação destacou a profunda dependência da Apple da China, embora a expansão na Índia esteja alinhada com os planos de diversificação já em vigor, disseram as pessoas.

Representantes da Apple e da Pegatron não comentaram.

A Foxconn começou a fabricar o iPhone 14 na Índia em setembro, poucas semanas após o lançamento global do aparelho e muito mais próximo da paridade com o início da produção na China, onde a grande maioria dos iPhones ainda é montada. O principal parceiro de produção da Apple ainda tem exclusividade para os modelos do iPhone Pro, fabricados em Zhengzhou.

A fábrica da Pegatron no estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, empregava mais de 7 mil pessoas no fim de setembro, e começou a fabricar o iPhone 12 no início deste ano. A Pegatron geralmente recebe pedidos de modelos básicos da Apple.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

A Apple, com sede em Cupertino, Califórnia, busca hubs de produção alternativos em meio à guerra comercial entre os governos de Washington e Pequim e a aplicação rigorosa da política Covid Zero do presidente da China, Xi Jinping.

Ao mesmo tempo, o governo de Nova Déli posiciona a Índia como um concorrente ao poderio fabril da China. A ação da Redington, revendedora local da Apple, tem subido desde que a Foxconn começou a ser afetada por problemas relacionados à covid na semana passada.

Um grande obstáculo para que uma maior parte da produção da China seja deslocada para outros países é que a maioria dos componentes do iPhone ainda é fabricada no mercado chinês e precisa ser enviada para onde quer que os aparelhos sejam montados, disse o analista sênior da Counterpoint, Ivan Lam.

Todos os maiores fornecedores taiwaneses da Apple — Foxconn, Pegatron e Wistron Corp. — expandiram a montagem do iPhone na Índia, ajudados pelo programa de incentivos financeiros do primeiro-ministro Narendra Modi. Isso também contribuiu para elevar as exportações indianas do iPhone.

A Apple começou a montar iPhones na Índia em 2017 por intermédio da Wistron, após um esforço de um ano para capacitar instalações no país. E, embora a Índia seja atualmente um pequeno mercado consumidor para a Apple, o país de 1,4 bilhão de habitantes oferece ao gigante americano elevada margem de crescimento em meio ao aumento da renda e da conectividade com a Internet.

LEIA TAMBÉM:

iPhone é o produto mais desejado para a Black Friday de 2022

Big Techs em crise? Derrocada das ações 'queimou' US$ 800 bilhões em uma semana

Acompanhe tudo sobre:ChinaHong Kong

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades