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Apple planeja reduzir produção de novos iPhones em 20%, diz jornal

Notícia eleva as preocupações sobre o enfraquecimento das vendas de smartphones após anos de forte crescimento

Apple: empresa espera vendas de 80 milhões de iPhones este ano, 20 por cento abaixo do planejado (Heinz-Peter Bader/Reuters)

Apple: empresa espera vendas de 80 milhões de iPhones este ano, 20 por cento abaixo do planejado (Heinz-Peter Bader/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de junho de 2018 às 13h06.

Última atualização em 8 de junho de 2018 às 13h07.

Bangalore - A Apple espera vendas de 80 milhões de iPhones este ano, 20 por cento abaixo do planejado no mesmo período do ano passado, informou o jornal japonês Nikkei nesta sexta-feira, citando fontes do setor.

A empresa sediada na Califórnia pediu aos fornecedores que produzam 20 por cento menos componentes dos três novos iPhones que planeja lançar no segundo semestre deste ano, em comparação com os planos do ano passado para os modelos iPhone X e iPhone 8, publicou o jornal.

A notícia eleva as preocupações sobre o enfraquecimento das vendas de smartphones após anos de forte crescimento, o que tem levado à queda das ações da Apple e de muitos de seus principais fornecedores e pesando sobre os mercados acionários globais.

"Esta notícia precisa ser vista no contexto de que a Apple provavelmente foi excessivamente otimista no ano passado em relação às perspectivas de seus novos telefones, o que fez a empresa ficar com estoques excessivos na primeira parte deste ano", disse o analista da Atlantic Equities, James Cordwell.

"Pelo menos parte dessa previsão de encomendas mais baixas provavelmente está relacionada com a Apple sendo apenas um pouco mais realista", acrescentou.

Procurada, a Apple não comentou o assunto de imediato.

As ações da empresa caíram até 2 por cento após a notícia, enquanto os papéis dos fornecedores AMS e Dialog Semi recuaram 6 e 4,1 por cento, respectivamente.

Ações de fornecedores com sede nos Estados Unidos, Advanced Micro Devices, Micron Technology, Intel, Broadcom e Qualcomm operavam em queda de 1 a 4 por cento.

Muitos analistas disseram que o alto preço do iPhone X - que é vendido por 1 mil dólares e é o primeiro aparelho da marca a ostentar um novo design desde o lançamento do modelo 6 em 2015 - também está diminuindo a demanda pelo produto carro-chefe da empresa.

"A Apple esta bastante conservadora sobre as vendas dos próximos iPhones este ano", disse uma das quatro fontes do setor citadas pelo Nikkei Asian Review. "Para os três novos modelos especificamente, a capacidade total planejada poderia ser até 20 por cento menor que a do ano anterior."

Ming-Chi Kuo, um dos principais analistas da Apple, disse no início da semana que a companhia poderá cortar os preços dos novos iPhones no final deste ano em até 300 dólares, segundo vários relatos da mídia.

Kuo disse que a Apple provavelmente lançará um "iPhone X Plus" com tela OLED de 6,5 polegadas, uma segunda geração do iPhone X e um iPhone com tela de 6,1 polegadas.

"Como as melhorias feitas no iPhone a cada ano tornam-se cada vez mais marginais, pode ser mais difícil convencer os consumidores a pagar pelo modelo mais recente, quando um dispositivo de geração mais antiga é efetivamente tão bom", disse Cordwell, da Atlantic Equities.

Embora a mídia tenha especulado nos últimos meses sobre a demanda pelo iPhone X, o valor de mercado da Apple continua a subir e está agora está próximo a 1 trilhão de dólares.

"Não estou muito preocupado...sobre as especulações em torno dos fornecedores", disse Thomas Forte, da D.A. Davidson. "A Apple está fazendo o bastante para manter a bola rolando."

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